Poesia do Nilo!!!

Diante de você sou uma criança.
Sou uma menina sapeca querendo fazer arte.
E no fim você me ensina a crescer ...
Eu  sou um grão, sou um graveto, sou um pingo... nada mais.
Sem o sol não consigo florecer.
No Nilo as minhas lembranças parecem ainda mais puras.
E Davi me fez relembrar o que eu posso ser.
O que eu sou e quem eu fui.
E principalmente o que eu represento.
E me vi ao seu lado, num passado e num futuro...
O tempo não existe porque o amor sempre foi infinito e sempre o será.
A melodia lembra as arpas , alaúdes... as gotas de ouro que caem sobre o tecido fino nas festas palacianas.
Aqui estou , não sou mais a rainha de antes... mas continuo sendo todas elas... em todas as épocas  e um pouco melhor.
O sol enchia o quarto com seus raios dourados.
O Nilo tinha um cheiro peculiar.
Uma mistura de alecrim e trigo...
Ervas aguçavam nosso paladar.
E tudo fora magia...
O olho de Horus emitia uma sabedoria distante dos olhos ignorantes.
Era o futuro diante de nossos olhos.
Fora feito um pergaminho profético.
E ali mesmo fora enterrado no jazido de meu pai.
Rei do Sol, senhor do Nilo.
Um homem sábio , que na minha infância me fez entender no que o Egito representava diante do mundo.
Ali estava eu brincando com ele , contarolando uma bela canção de ninar.
Sua morte me intorpeceu, meus olhos nunca mais puderam enxergar ... era um vazio estranho que eu mal podia entender.
Quando conheci meu Senador, os meus olhos puderam sentir novamente a alegria... mas foi um romance tumultuado.
Eu era uma rainha... meu povo fora sempre a minha vida... a minha responsabilidade.
E meu senador fora meu bálsamo nas mais profundas atribulações num trono marcado com ferro.
E o amor se tornou ainda mais profundo.
Era infinito antes mesmo que eu pudesse vê-lo pela primeira vez.
Jesus passara a ter um sentido na minha vida, mas os estudos da magia egípcia me tomava muito tempo.
O vi pela primeira vez ainda menina nos campos de trigo.
Estava cercado de luz.
Ele adentrou a nossa arte e nos ensinou a sabedoria do existir.
Lembro-me que depois de muitos anos o vi pelo deserto e ofereci águas do Nilo.
Seu olhar penetrou meu ser e assim é ...
Quando fechou os olhos, fechou também as portas de muitas casas.
Caifás nos procurou querendo sua condenação.
As minhas costas ele pode ver ao longo do meu palácio em Tebas.
Seu ódio por mim e meu senador abalou as estruturas de meu reino.
Levando -me a morte ... fui acusada de traição pelo alto sacerdote.
Eu senti a revolta, senti a dor...mas não traí a minha amizade pelos discípulos.
O que me salvou foi aquele pergaminho.
A promessa de fazer meu melhor diante dos ensinamentos de Cristo.
Passei por inúmeras encarnações para apagar a minha revolta... e por séculos fui  perseguida pelos discípulos de Caifás.
Nas trevas pude sentir a amargura de ser fraca diante do orgulho e das minhas muitas ambições.
Hoje me sinto renovada e arrependida.
Reconheço cada minuto de meus dias como algo para aprender.
O tempo parece correr embora ele não exista.
Ainda recebo as visitas de meu pai.
Que me fortalece com sua postura nobre e digna de um faraó.
Sou Nerfetiti, Sara e Bete... sou muitas vidas numa alma pequena serva do Senhor, este Deus amado e benevolente.
As minhas dúvidas continuam sendo dúvidas embora tenho tido algumas visões esclarecedoras.
Eu me sinto melhor e mais forte...
Agradeço a Deus pelos meus dias.
As minhas aflições já amadureceram, as minhas alegrias se resumem na representação do amor.
O amor me conduzirá ao infinito.
Porque o amor é infinito...
O amor de Deus sempre será infinito....