Estávamos andando por muitas horas, meus pés estavam doendo, eu podia sentir meus dedos dormentes, paramos diante de uma muralha.
Eros me olhou com um ar de preocupação, raramente o via preocupado, era estranho vê-lo daquela forma, mas Carmem me tranquilizou.
A muralha era alta, estávamos diante de um labirinto, o céu estava azul e nenhum sinal de que iria chover, Entramos no labirinto , as paredes eram feitas de plantas num verde escuro, eram trepadeiras gigantescas e suas flores eram azuladas e grandes, pareciam grandes sinos, o som que elas emitiam pareciam um sussurro, o perfume era doce e suave, não era um lugar assustador, mas Eros me olhou amorosamente e isso me causou vermelhidão , eu senti meu rosto queimar, ele nunca havia me olhado daquela forma, era um olhar genuíno e doce.
Nos primeiros corredores as flores azuis exalava o perfume que nos causavam uma certa sonolência, era hipnotizante olhar para elas, meus pensamentos , as minhas emoções estavam conectadas aquele lugar e me causava um certo alívio, porque ali não parecia ser um lugar ruim.
Eros percebeu a minha obsessão , e ele me abraçou com muita força, foi quando eu senti um calor vindo do corpo dele, era como se nós dois estivéssemos ligados e laçados , completamente conectados um com o outro, eu me senti protegida e Carmem então, com suas asas brilhantes voou para nos situarmos, quando ela posou nos alertou de que bem a frente iríamos ter que escolher que direção irmos até chegarmos ao fim da viagem.
Já estava anoitecendo quando nos deparamos com outras folhagens, agora eram flores brancas e estas pareciam margaridas , elas eram pequenas e as folhas me mexiam, e pareciam querer nos abraçar, olhei atentamente e Eros me disse que aquelas flores podiam nos sentir e elas também tinham o poder de nos mostrar o futuro, que eu precisava ficar atenta.
A curiosidade me fez pensar na possibilidade de tocá-las, mas eu pensei nos conselhos de Eros, e prossegui no meu caminho.
Armamos a barraca para acamparmos , iríamos passar a noite ali, fizemos a fogueira e conversamos até adormecermos.
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