Diário de bordo - mudanças

 

Em Redes tudo parece perfeito, mas é preciso enxergar nas entrelinhas,é preciso estar nas ruas para escolher o melhor caminho.

Eu fiquei alguns dias com Edgar, o conhecimento dele me hipnotizou,  procurei absorver tudo que ele havia me ensinado, meditei, e eu me convenci que ali em Redes não era o meu lugar e nem em Tolerância, eu precisava ir além das fronteiras da Floresta Negra.

Voltei para casa convencida de que ali não era o meu lugar, e me programei para sair numa grande aventura, ir em busca do meu tesouro perdido, então , segui os conselhos de Edgar, eu preciso saber mais, olhei atentamente no mapa que tinha em minhas mãos, e eu agora estou decidida, vou até a Ilha de Toth, lá tenho certeza de que tudo será revelado, tenho que ter coragem para chegar aonde eu quero chegar.

Na vida escolhemos aonde queremos ir, e mesmo que tudo pareça confuso a princípio, tudo se resolve no final do ciclo.

É preciso nos apegarmos aos nossos desejos mais íntimos e seguir a nossa intuição, ela nos indica um caminho seguro, talvez sofremos algumas decepções pelo caminho mas nunca devemos desistir de quem somos.

A nossa infância é nossa base, é durante a infância que encontramos as respostas para questões simples e singulares, que deixamos de lado quando nos tornamos adultos, então, os nossos problemas tem o início na infância?

Nem todos os problemas começam na infância, até porque são as nossas atitudes que geram reações futuras, mas basicamente na infância que desenvolvemos as nossas crenças , que se estrutura boa parte de quem somos.

Quando resolvemos mudar de rota, a nossa criança interior nos guia, porque há esperança, há inocência, só amadurecemos quando a criança interior se cura , a nossa defesa está nessa formação primária, ou seja, criança interior ferida, gera um adulto ferido, e curar antigas feridas é estar sempre presente, é buscar nas feridas a força necessária para seguir em frente.

Toth é o deus da sabedoria, é um protetor do conhecimento, é quem buscamos quando acreditamos que o conhecimento liberta, e com o conhecimento vem consigo a responsabilidade de dividir e aprimorar esse conhecimento,

Mudar não é apenas um ato de sair do lugar, é movimento , há medo, mas quando existe fé,qualquer lugar é um bom lugar.

Deixar florescer!!!

 Deixar florescer o que a gente guarda dentro de nós que o mundo nos impediu de cultivar.

Às vezes os nossos corações se cansam de lutar, mas há ainda uma força interna que nos fazem persistir e nos motivam a prosseguir, talvez não alcancemos a nossa meta na velocidade que desejamos, mas não significa que não vá acontecer.

Não se sonha o que não foi feito para realizar, há sempre um tempo para tudo e que a nossa impaciência nos impediu, mas a vida nem sempre é um morango, é difícil entender o que não estamos ainda prontos para entender e a dinâmica da vida não agrada a todo mundo, mas esperar o melhor é nossa opção mais inteligente.

Não deixemos o sonhos morrer pela nossa impaciência e nem vamos nos cansar de lutar, embora desejamos descansar , ainda sim, lutar é um exercício árduo mas nunca em vão.

Enquanto houver força para lutar, vamos caminhar, e mesmo que nos falte alguns detalhes para essa jornada, façamos um esforço, nós sempre alcançamos o que nasceu para ser vivido por nós.

Deixar florescer é impedir que a impaciência faça parte de nossos hábitos, e deixemos que a natureza se encarregue de ações que não podem ser controladas por nós.

Os rios já não são os mesmos desde a sua nascente até o momento em que chega ao mar, ele está sempre crescente, é tão fácil entender isso.

A impaciência é uma forma de sabotarmos as nossas vidas.

É silenciosa e rasteira, a impaciência nunca anda só, então vamos nos atentar aos sinais da impaciência, ela  não nos deixa em paz e nem nos trás a leveza.

Deixar florescer é deixar que o Universo faça o seu trabalho.

Diário de bordo - Primeiro dia de aula

 Essa série de postagens "Diário de bordo" vai ser uma imersão nessa ferramenta que criei para auto-conhecimento e auto-cura, portanto é uma série que nada mais é que a narração do meu dia-a-dia  cheia de metáforas e auto-análise , a história será ambientada numa outra época, ou seja, não é em 2023, nem 1923, não citarei  o ano em que a história será contada, cabe ao leitor descobrir sozinho...

Então, vamos à história.

Acordei numa manhã de primavera, o Sol já estava alto e eu precisava me apressar, eu precisava ir até a cidade de Redes para me encontrar com alguém.

A cidade é o centro urbano mais povoado na Floresta Negra, fica acima da cidade dos Reis e de Tolerância, onde estou morando atualmente . Redes existem todos os tipos de pessoas desde as pessoas mais lindas e gentis às pessoas ruins e egocêntricas, um lugar onde as pessoas não são o que parecem ser e na maioria das vezes, se camuflam e permeiam a loucura, em Redes é preciso muito cuidado para caminhar entre as ruas , que são estreitas e cheias de atalhos, mas nem sempre são seguros, portanto, não é um lugar muito segura, até para mim que sou uma pessoa desconfiada.

A cidade ganhou esse nome porque suas ruas se entrelaçam, como uma teia de aranha, e apesar de ser uma cidade grande, as pessoas que vivem nessa cidade são sempre passageiras e cheias de mistérios.

Cheguei e fui rapidamente  a loja de Edgar Martins, um homem sábio que tem um conhecimento místico, sobretudo, cristais.

Neste tempo de guerra é preciso muito cuidado com as pessoas, e certos conhecimento podem ser considerados perigosos e que beiram a loucura, mas no tempo em que vivemos as pessoas são mais sugestionadas à maledicências e prejudicam as pessoas levando-as a atitudes tristes e deploráveis.

Edgar Martins me olhou fixamente e falou durante horas sobre magia e grande curas energéticas, eu me senti confortável e leve, mas não pude demorar muito, e resolvi mergulhar nesse conhecimento durante alguns dias, então, vou passar mais tempo em Redes, mas de maneira bem tímida e discreta, eu não quero chamar muita atenção, algumas pessoas em Redes são bastantes severas e não gostam de saber sobre magia, é um assunto intrigante mas limitado para algumas pessoas, é preciso manter uma certa distância.

Esse período de estudos com Edgar me fez pensar o quanto é preciso ter disciplina e me atender aos meus próprios sentimentos e me focar no meu objetivo, e ele me disse algo que me fez ficar ainda mais pensativa, sobre um tesouro, esse tesouro se encontra num lugar mágico, onde meu coração se encontra e que esse tesouro é capaz de mudar tudo que existe ao meu redor e ainda, ele vai mudar a vida de muitas pessoas que convivem comigo, e para encontrar esse tesouro eu preciso partir para uma jornada interna, essa jornada vai me levar para lugares aonde vou encontrar com as minhas próprias sombras mas que vai me deixar iluminada até que eu possa encontrar esse tesouro.

Não quero mais ser chamada de estranha ou esquisita , mas algo nessa história me deixa animada para essa jornada, gosto de saber sobre as escola de Mistérios e magia mas nos tempos de agora, é preciso cautela e ninguém precisa saber, certamente seria chamada de bruxa, mas isso não me parece tão ruim, embora exista sempre uma caçada as bruxas.

Às vezes temos medo dessa auto-descoberta porque nem todos os nossos sentimentos e emoções são positivos e quando tiramos esse véu que encobre as nossas imperfeições, ficamos perplexos com o que encontramos mas senão cuidarmos de nós mesmos ficaremos muito tempo tentando resolver questões que só serão resolvidas por nós mesmos, ninguém mais.

Para estarmos bem com a gente mesmo precisamos mergulhar nas nossas próprias sombras e sobrevivermos a elas, só prosperamos quando buscamos dentro de nós algo de melhor, senão estaremos apenas vivendo para ocupar o nosso tempo e o tempo dos outros.

Diário de bordo - Um mapa do tesouro.

 

Depois de olharmos com profundidade a nossa criança interior, somos capazes de mapear um mapa do tesouro,que nos situa, que nos guia e que muitas vezes nos conforta.

A proposta de um mapa do tesouro é bem simples e válida, o mapa será capaz de nos dizer onde estamos e  aonde queremos ir, ele nos diz como chegar aonde os nossos sonhos mais antigos nos levam.

A felicidade é um ponto de encontro dos nossos belos e nobres sentimentos.

Quando criamos um mapa estamos direcionando nossa mente ,estamos enfim,conhecendo nossos atalhos,onde temos a coragem de ir e aonde não queremos ,como chegamos ao nosso objetivo e outras vezes, aonde queremos evitar estar.

O mapa é uma ferramenta que eu criei para que eu pudesse me ver melhor e buscar um foco, estar sempre me lembrando onde me encontro e onde encontro quem e o quê encontrar.

No meu mapa descrevo timidamente os lugares onde eu conheço e onde eu preciso explorar, é claro que ele pode sofrer alterações, porque estou constantemente descobrindo meu caminho.

A nossa vida ainda é um mapa em construção, estamos sempre cercados de perigos,armadilhas e vivemos nos limites , podemos descobrir com nosso mapa os lugares em que devemos estar por um período maior até chegarmos ao nosso objetivo.

Podemos criar as nossas legendas,ampliar nosso mapa e acrescentar atalhos, nós somos sempre mestres e navegadores de nossas próprias vidas e devemos viajar dentro dos nossos limites até nos sentirmos seguros para ampliar nosso mapa.

Mantenha seu mapa sempre a vista para não se esquecer de quem você é e  nem se esquecer os caminhos que já percorreu, volte aos lugares que te mantem seguro e depois continue a sua exploração, não evite novas aventuras,apenas procure estar sempre disposto a chegar ao seu destino.

A partir de agora estamos vivendo uma nova aventura,vamos percorrer os nossos mapas e descrevê-los num diário de bordo,te convido a essa aventura...

Vamos explorar cada lugarejo,cada mina,cada rio,lago e florestas,vamos então mergulhar em nós mesmos e nos descobrir verdadeiros mestres nessa jornada.

A medida que vamos viajando no nosso mapa ,vamos descrever em nosso diário de bordo as nossas sensações, as nossas emoções ,sentimentos e acontecimentos marcantes em nossa jornada , o fim da viagem , só nós sabemos quando parar. 

Diário de bordo - em busca do tesouro perdido.

 As minhas mãos tremiam , meus pé já todo cheio de espinhos, mas eu queria chegar até o alto, não importava quantas vezes eu teria que cair e começar tudo de novo.

Quando eu era pequena, eu tinha uma mania bastante estranha para as meninas da minha idade, eu era fascinada em subir num coqueiro, ele ficava num campo perto da minha casa.

Nos finais de semana, eu estava sempre lá, me inundava de coragem e tentava subir até o topo, parecia bobagem para a maioria dos garotos, mas para mim, era a minha grande aventura, subir em árvores e lá de cima, lia livros, era como se eu mergulhasse neles enquanto eu lia, nada tinha mais importância, era estar no alto e a minha imaginação estava protegida dos demais.

Quando crianças a coragem, a ousadia e tudo que vem com a infância nos trás boas lembranças e nos tocam a alma, é o nosso jeito de nos encontrar.

Piaget nos ensina que nós construímos nosso próprio conhecimento e que evoluímos gradualmente, passamos por etapas e quando nos damos conta, nos tornamos adultos capazes.

Percebemos o nosso crescimento através das nossas memórias desde as mais antigas para as mais recentes, e "bum" descobrimos que estamos prontos para outras aventuras.

A vida parece sempre uma surpresa, tentamos resolver problemas que se acumulam e nos tornamos adultos "resolvedores"de problemas, enquanto a nossa criança interior fica escondida em nossas memórias, esperando a primeira oportunidade de fugir.

Estamos sempre nos escondendo de nós mesmos?

Quando escondemos a criança dentro de nós estamos perdendo a oportunidade de aprender com ela a resolver nossos problemas de maneira criativa, porque quando somos crianças os problemas se resolvem de forma mais suave, porque quando crianças usamos a nossa imaginação e criatividade para nos guiarmos sem grandes traumas, sem aquela pressão de que devemos ser mais rígidos com a gente mesmo.

Exigimos de nós mesmos uma resolução imediata, uma pressão interna incalculável e nós adoecemos nossa mente porque somos eternos devedores de nós mesmos.

Não digo que seja ruim essa rotina, faz parte da vida essa luta constante e superação de todos os problemas surgidos, mas às vezes é preciso nos conectarmos com a nossa criança interior e buscarmos a nossa essência, para vivermos de maneira mais suave, a nossa criança não vai nos tornarmos irresponsáveis e nem impulsivos diante da vida, mas nos tornam mais leves, mais sorridentes.

Façamos um exercício rápido.

Busquemos em nossa mente a nossa memória mais antiga.

Lembremos das nossas emoções, dos nossos sentimentos de quando éramos crianças.

O que nos deixávamos felizes?

E agora o que nos deixam felizes?

Há uma grande diferença não é mesmo?

Procuremos fazer algo que nos lembre essas mesmas emoções e sentimentos em nossas atitudes diárias e alcançaremos uma parte de quem queremos nos tornar.

Nem sempre os nossos dias são como queremos , mas parte de nós já sabemos disso, então, porque tanta pressão interna?

Nós exigimos tanto de nós mesmos, e começamos fazendo isso de maneira automática, como se fossemos ligados e programados e no final do dia , "bum" senão foi alcançado a lista de auto-exigência ficamos e frustrados, e deixamos a criança interna morrer.

Todas as crianças do mundo procuram aventuras e alegrias, elas possuem fé, elas criam um universo de possibilidades, elas encontram limites mas são criativas em resolver cada um deles, elas se frustram, elas se irritam, mas elas continuam caminhando, as crianças têm o poder de se transformarem em seres alegres por poucas coisas, ou seja, qualquer coisa as fazem vibrar e criam, recriam e mudam tudo ao redor delas através da esperança, então, por que abandonar essas crianças dentro de nós, se elas são perfeitamente capazes de realizar feitos incríveis?

Sejamos quem somos mas com uma pitada de infantilidade, temos a eternidade para nos aprimorarmos e temos certeza de que vamos subir bem alto, ir até o topo para apreciar a paisagem e nos vermos felizes e capazes de nos tornarem que queremos ser.

Vamos combinar uma coisa?

Vamos viajar em busca do tesouro perdido, mas esse tesouro foi criado por nós durante a nossa infância, eu vou fazer o meu mapa, vocês criarão também um mapa.

O mapa será um desenho, que nos guiam para esse tesouro, que tesouro seria esse?

O seu maior desejo, a sua meta, o mapa traçado será os passos que te levam até ele.

Desenhe um mapa, na próxima postagem eu mostrarei o meu mapa... nos encontramos em breve.