Queridinha

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Meu amor depois de você!!!

 


Quando as minhas mãos perderam as suas mãos, eu cai.

 O meu céu perdeu a cor, nem as águas rasas me deixaram ver a minha própria imagem.

 Mas eu cresci, eu cresci andando descalço em terras ásperas.

 As minhas mãos, as minhas palavras, meu coração abraçou-se como um amigo urso;

 Eu cresci quando eu me vi sozinha, transformei-me em dores crescidas.

 Eu aprendi a olhar você com os olhos fraternos , então, deixei você partir.

 E eu cresci.

 E meu céu ficou azul, fiquei com as cores que o mundo coloriu para mim.

 Eu me vi novamente crescendo em mim e não em você.

 Eu aprendi a esquecer as dores que você deixou.

 E eu cresci.

 Cresci sem você por perto.

 Cresci nascendo de novo, é assim que nos fazemos presentes em nós mesmos.

 Aprendi a olhar você com os olhos abertos.

 Eu cresci ...

 Nada do que foi será, como disse o poeta.

Meu coração abraçou as alegrias de ser eu mesma.

E me engrandeci querendo ser eu.

E quando foi que deixei de ser eu?

Quando eu pensei que deveria ser o que você quisesse que eu fosse.

E então, eu cresci.

Eu me amei como nunca tinha amado antes.

Olhei para o céu e vi a lua me banhando e me nutrindo.

Eu cresci com ela.

As minhas fases, as minhas lindas memórias sobre você, eu perdoei.

Eu vi as borboletas posaram nas minhas mãos, eu eu novamente me vi voando com elas.

As flores do meu jardim, a minha casinha de fadas, as minhas estátuas ritualísticas.

Eu me vi sendo eu, eu me alegrei sendo eu, e eu amei sendo eu.

E quando percebi que meu brilho se intensificou, eu esqueci o que você foi dentro de mim.

E eu cresci.

Quando eu ficar velha quero poder olhar para trás e ri de tudo, poder sentir a brisa e rir de tudo.

Entrar dentro de mim, ficar dentro de mim sem você por perto.

Sabe?

Eu te amo, mas agora... eu te amo mais.

Amo o que você deixou em mim, amo o que você causou em mim.

Acho que o que sou hoje é bem mais...

Quem sou eu depois de você?

Sou apenas eu...

O simples querer, a vontade louca de continuar vivendo na lua e sonhando com ela.

Sabe?

Eu te amo, mas agora, eu te amo mais.

Meu amor depois de você, é mais linda de todas as flores, é a mais bela que as pedras do meu jardim.

O meu amor depois de você é a dose exata da cura, é a beleza de qualquer ser.

É o Universo expandindo em mim.

É o gosto doce do orvalho.

A medida certa do açúcar e a chuva grossa que faz cócegas na minha pele.

Meu amor depois de você, é a mais pura verdade dentro de mim.

Eu cresci quando você deixou dentro de mim a mais dura carência.

E eu te amo por isso, por me deixar crescer fora de você.


quinta-feira, 4 de abril de 2024

Por onde vagam os nossos pensamentos?



 Os tesouros que guardamos no coração são brisas.

As nossas virtudes acalentam corações e nutrem a nossa alma.

As nossas marcas nos acompanham e nos moldam.

O mundo é um lugar onde as nossas escolhas pesam o nosso destino.

As nossas lutas internas mudam nossos caminhos e paisagens.

As nossas mãos moldam argilas que se transformam em vida.

E vidas que mudam outras vidas, somos seres que se transformam em luzes ainda mais brilhantes.

Cada história e cada nova roupagem são trabalhos que desempenhamos em nós mesmos.

A dose exata de esperança é digna do que queremos alcançar.

Quanto maior a jornada mais coragem nos é necessária.

E quanto mais riqueza interna buscamos maiores serão as nossas próprias lutas.

Quanto mais fortes somos, mais razões carregamos dentro de nós.

Não existem caminhos errados, há escolhas que nos levam a caminhos difíceis.

Pequenas histórias podem servir de exemplos para outros.

Mas a história que contamos para nutrir esperanças são apenas faíscas que nos levam a outras histórias.

Por caminhos onde passam tempestades, só ficam histórias.

Paixões, compaixões e um pouquinho de paz.

Por onde vagam os nossos pensamentos?

Lá estão as nossas reais intenções.

Se está nas campinas, nos jardins onde crescem girassóis ou nas estradas vazias.

Os campos, nas florestas, nas ruas das grandes cidades e nas veredas, desertos e mares.

Tudo vive em nós!!!




Diário de bordo - A iniciação

 


Uma palavra me elevou o espírito, e meu corpo estavam abaixo de mim.

Eu o via repleto de uma luz violeta, me sentia extremamente consolada, Eros e Carmem estavam ainda dormindo, eu percebi que a partir dali eu estava entrando num profundo momento de despertar.

Depois que passei pelos portais eu percebi que meu corpo havia mudado , mas não era só o corpo mas meu espírito, eu estava sendo iniciada e meu coração palpitava forte, era a minha ânsia poe estar vivendo um momento crucial na minha vida.

Eros e Carmem acordaram logo depois que os raios de sol alcançaram a colina, eu havia preparado as frutas e feito uma pequena salada, estávamos monidos de confiança e a certeza de que estávamos no caminho certo.

Eu estava escrevendo no meu diário de bordo quando um vento forte arrastou a nossa cabana, as flores amarelas que cobriram o campo me fizeram querer estar entre elas, as pétalas amarelas caiam sobre nós como uma nuvem mágica, meu espírito reservou um lugar na minha memória.

Eros me olhou e eu me senti aquecida com seu olhar amável e cintilante, era um Elfo muito belo e gentil.

Caminhamos por uma hora e alcançamos um penhasco que só poderíamos andar a a partir dali através de uma escada para podermos descer até o leito do rio, não tinha outra maneira, era só essa.

Os meus olhos se tranquilizaram e seguimos em frente, não havia nenhum tipo de segurança, apenas a nossa força e a nossa coragem, descemos até a metade do caminho, ficamos parados observando a paisagem, ainda haviam 30 metros abaixo de nós, eu deveria sentir medo? 

Os meus medos , as minhas angústias ,a minha paciência estava sendo treinada e eu espero sempre o melhor mesmo que o mundo estiver vivendo o caos.

Eros tinha a leitura da situação e Carmem a leveza de uma bruma, Eros acertadamente de pegou pelo braco e me guiou dizendo: 

__ Sinta o seu coração e respire suavemente, não pense na chegada, mas na travessia, nas lições diárias, na leveza do seu próprio espírito, lembre-se de que somos espíritos vivendo as experiências que precisam serem vividas, conhecerá pessoas nobre com o coração cheio de amor, mas há pessoas carregadas de ódio e ambições, e são essas pessoas que a levarão a escolher o caminho da luz ou o caminho das trevas.

Eleve seu espírito com belos pensamentos, e sinta a brisa tocar sem corpo, sinta o leve toque a rocha que estamos descendo e principalmente sinta a emoção do momento e nutre-se da coragem.

Um vento forte abalou as estruturas da escada, eu pude sentir o balanço na madeira onde estávamos, meus pés pareciam flutuar , então meu coração começou a vibrar como o vento que me tocava, eu comecei a descer as escadas e sentir a minha respiração leve, chegamos ao fim aliviados mas tranquilos, as águas limpas do rio nos acolheram e nos presentearam com peixes coloridos, as folhas grandes a beira do rio, as pedras de cristais que embelezava o caminho me fez pensar no que Eros havia me falado, o caminho que percorremos nos levam até o tesouro, um tesouro que poucos alcançaram, eu estava próxima a ele , ele me pertence e eu estou a caminho.

Caminhamos até uma cabana , foi quando a lua começou a surgir no horizonte, Carmem estava calada, pensativa, entramos na cabana, havia muita poeira, mas era um lugar aconchegante, ela pegou a varinha , decretou algumas palavras mágicas e um vento limpou a casa, estávamos acolhidos.

Eros e Carmem e eu  então, fizemos um círculo mágico e fizemos a magia de proteção, estávamos protegidos dos seres das sombras.

O círculo então brilhou num dourado e oscilava entre dourado e branco quando ele ficou prateado pudemos sentir o calor, a meditação nos levaram a visualizar nossos desejos mais profundos , quando terminamos o ritual adormecemos, mas os ruídos do lado de fora vindo dos seres das sombras eram constantes mas mesmo assim, a noite foi tranquila.

Carmem disse que a partir dali as sombras iriam nos perseguir porque assim como buscamos a luz, os seres das sombras também buscam a luz.



segunda-feira, 1 de abril de 2024

____ Mãe, eu estou com fome!!!



Pelas ruas estreitas da cidade, um choro escondido por entre a multidão que passa apressada.
As pernas finas de uma criança incomoda a mãe que a carrega no colo.
Agora é um choro sentido de criança, não há descanso no coração da mãe que não consegue esconder a dor.
Ela segura um choro escondido desde de muito tempo porque ela esqueceu de contar os dias.
Ela se esqueceu de quem era ela antes de tudo isso.
Suas mãos se estenderam ao primeiro casal que passa por ela, se sente sozinha e rejeitada.
Ela chora mais uma vez.
Seus olhos umedecidos banham a criança que acaba adormecendo no seu colo.
Suas dores se estendem a alma, o mundo parece vazio e sólido.
Não há nenhum sinal no céu de que vá chover.
O calor que antes a fazia esquecer do frio pela manhã agora a faz transpirar.
É um dia quente, bem quente.
Suas mãos se estenderam de novo, mas ninguém a vê, a pressa dos outros se faz com a indiferença.
O menino no colo acorda e pede água, a mãe tira uma garrafa quase vazia da bolsa pesada que carrega no ombro.
A pobreza marca a pele da mulher que carrega seu filho no colo.
Ele só tem três anos.
Não importa para ninguém, ninguém ali se importava, nem a enxergavam, ela existia, o filho dela existia.
Mas as mentes dos que caminhavam nas ruas da cidade não se importavam com aquela mulher.
As mentes estavam nas redes sociais, nas lojas de roupas e nos restaurantes caros que podiam pagar.
Nas drogas encaminhadas pelos correios e nas portas das danceterias, não adiantava chorar ou gritar.
A mulher sozinha com um filho no colo não fazia a diferença.
Os olhos do menino fitavam a loja de brinquedos, mas a mãe ensinou o menino que não iria adiantar pedir.
A pobreza marca as mãos da mulher que carrega seu filho no colo.
Um som vindo de dentro dela a incomodava mas não mais do que o som que saia de dentro do menino.
Um som que também doía, que matava lentamente.
Matava também a esperança, a vontade de sorrir.
E então ela se sentou num banco de praça.
Um homem idoso sentado no mesmo banco olhava para a árvore, a única árvore em  meio os concretos que deixavam a cidade cinza.
Então, a voz do menino fraco e magro quebrou o silêncio.
__ Mãe, eu estou com fome.
A mãe olhou para o homem e se envergonhou.
Envergonhou-se de ser pobre, de ser mulher e de ser ela.
O homem saiu, foi embora, a mãe chorou mais uma vez.
Era um choro seco.
Depois de alguns minutos aquele homem voltou.
A mulher enxugou as lágrimas.
O menino falou mais uma vez:
__ Mãe, eu estou com fome.
O homem então abriu uma sacola e disse:
__ Minha senhora, eu comprei um lanche.
As lágrimas da mulher molharam mais uma vez o seu rosto.
O homem se levantou , a mulher num gesto de gratidão o abraçou.
e o homem disse :
__ Esse é o melhor abraço do mundo!!!



A morte como lição!!!

 


Há uns três anos atrás eu estava escrevendo um livro chamado " Cinco Marias", um romance de 100 páginas, todas as vezes que eu terminava uma página eu as li para as minhas filhas, ao chegar a última página, assim que eu terminei de ler as últimas linhas, as meninas choravam compulsivamente, e eu também, ao terminar aquelas páginas de uma história sobre cinco mulheres fortes e destemidas, que sofriam todas as perseguições improváveis, as meninas se revoltaram com o final da história dizendo assim:

_ Mamãe, como você pôde matar as mulheres que deram vida a sua história?Você é uma escritora assassina!!!

Na hora em pensei. Meu Deus , eu sou uma escritora psicopata.

Eu me perdi naquelas palavras, reavaliei toda a história, e mesmo assim percebi que era impossível que tivesse um final feliz para aquela história, demorou algumas semanas para as meninas entenderem que a história se tratava de coragem, de amizades sinceras e intensas e que a morte é um momento natural da vida de qualquer ser vivo.

Quando percebemos que a morte parece o fim de qualquer história ficamos frustrados e desolados porque a vida nos impõe um final terrível e parece que não há esperança e tudo chega ao fim, quando a morte é uma realidade que não podemos fugir nos revoltamos e não compreendemos que a vida não chega a fim, apenas acreditamos que não há como escrever outras histórias, acreditamos que não haverá novas experiências e a morte se torna uma vilâ, mas na verdade a morte apenas é uma mudança que não conseguimos entender, e que a história que vivemos é a nossa passagem mais linda de qualquer história, o que conta é sempre o que vivemos e não como julgamos o término, enfim, a morte é apenas um jeito cruel de dizer, que as coisas irão mudar a partir desse ponto final.

Sempre julguei que eu fosse uma pessoa forte, cresci acreditando nisso, as histórias que a minha avó me contava de eu estar no hospital no meu aniversário de um ano, eu sempre me aventurei, e me entregava as minhas aventuras como se eu fosse uma superwoman, eu vivia subindo em árvores, cai inúmeras vezes de árvores, escadas , nadava em rios e sofria com picadas de insetos, me ralava toda correndo no carrinho de rolimã, o tempo todo, quando eu cai da trave de futebol e meu rosto inchou, eu mal me reconhecia, e da vez que subi num coqueiro, entrou um espinho no meu pé e eu acabei caindo lá de cima , meu Deus, eu nunca quebrei um osso se quer... eu sempre acreditei que eu fosse invencível, e a menina mais sortuda do mundo, e acredito que eu ainda sou tudo isso.

Ser forte o tempo parece uma tarefa fácil para uma heroína , mas não é, somos capazes de fazer coisas inacreditáveis, nos esforçamos para não cometermos erros, mas somos falíveis, acabamos ferindo o nosso coração e o coração dos outros, estamos sempre correndo riscos e o final da história sempre estaremos acreditando que podemos muito mais, que podemos salvar os outros, nos salvar , mas será que isso é bom?

Eu ainda não consegui responder a essa pergunta, sempre oscilo ao tentar responder, porque eu sempre estou em dúvidas sobre como seria a minha vida se fosse diferente.

Por maiores que fossem as minhas dores, por mais que eu poderia magoar alguém com as minhas impulsividades, com as minhas atrevidas indagações, ainda sim , eu sempre precisei ser forte, apesar de eu chorar por qualquer coisa que me dê vontade de chorar, eu sempre acreditei que fingir sentimentos nunca foi uma boa ideia, enfim, eu sempre testarei a minha resistência e sempre irei matar os meus personagens porque eles serão as Fênix que eu crio para entender o que se passa dentro de cada um de nós, e sempre teremos as cicatrizes das nossas escolhas e sobreviveremos a elas.

Estou escrevendo meu próximo livro, e até agora não matei ninguém, não que seja uma regra eu matar meus personagens, mas que mais cedo ou mais tarde eles viverão as lições que devemos aprender, que cada leitor se verá neles e os farão entender que tudo se trata de escolhas e de lições e que no final sempre aprendemos algo, teremos sempre memórias, e apesar da minha condição de desmemoriada estar avançando sem que eu queira, ainda sim carrego dentro de mim as lições das quais eu preciso passar e seja lá para onde a minha vida me levar eu serei sempre grata aos que passaram por mim, aos que passarão e se eu deixei alguma memória em alguém, boa ou ruim, eu fiz parte da vida de alguém, eu deixei uma cicatriz, eu deixei uma lição e eu deixei um pedaço de mim em alguém.

Somos todos seres que brilham e que podem voar com suas lindas asas que são feitas de puro amor e resistência, resistimos as dores, e nos deliciamos com as alegrias que vivemos e compartilhamos, assim se cria o Universo, com um amor infinito e não pensemos na morte como algo ruim, é só mais um momento da qual todos acabamos nos lembrando e que se acreditarmos que a morte é uma passagem para uma outra vida, ótimo, porque o amor sendo eterno, estaremos vivendo em um outro lugar de forma intensamente proporcional ao nosso coração.


Fique sabendo mais!!!!!

Seres alados!!

Seres alados!!
Somos alados quando temos boas atitudes.As minhas asas quebram quando minto, perco penas quando fico triste mas nunca perco a fé porque sei que vou voar para a eternidade.