Sabe aquela pessoa que a gente sentiu tanto amor e depois nos perguntamos o por quê?
Quem nunca?
Amamos porque sentimos, porque de alguma forma a gente se deu conta que algo dentro de nós valia a pena sentir, não perdemos tempo ao amar alguém, talvez amamos mais do que gostaríamos de amar pelas ações que sucederam depois disso.
O amor não é um sentimento que se deva negar, é ele que nos guia a lugares importantes.
É bem provável que demos muita importância aquela pessoa que nos magoaram e nos ofenderam, faltou a reciprocidade mas não nos faltou o nosso amor, o sentimento do outro não é um objeto de posse, a gente não precisa se culpar pela falta de sentimento do outro.
Aprendemos a sermos eternamente bons, eternamente caridosos e eternamente passivos, porque para o outro que domina, é bom, a gente não vai para o "inferno" se a gente não fazer isso, o medo da rejeição, o medo de não ser bom o suficiente, tudo deixa o nosso ambiente interno tóxico quando não nos adequamos as nossas próprias expectativas, e esperamos dos outros a mesma coisa.
Na verdade, precisamos agir com amorosidade e respeito sim, mas esses sentimentos se naturalizam dentro de nós a medida que abrimos espaço para tudo que sentimos, nós criamos dentro de nós espaços para todos os sentimentos a medida que crescemos, que temos contato com o mundo, os nossos sentimentos são construídos com o tempo e se dissolvem quando nós o compreendemos e decidimos o que fazer com eles.
Quando você se culpa pelos sentimentos negativos dos outros ,você está absorvendo energias que vai demorar de dissipar, é como aceitar um presente da qual você não gostou.
Não se importe se alguém gostou ou não de você, não se importe se seu amor foi tão intenso e o outro não teve um sentimento tão intenso quanto o seu, a vida nos mostra que novos sentimentos irão surgir, conhecemos das responsabilidades afetivas, o quanto nos tornamos responsáveis , mas será que essa preocupação exacerbada não vai adoecer você?
Se alguém não desfrutou do seu amor, não é um problema seu agora, eu digo muito para os meus filhos, sentimento de raiva adoece , mas quando o sentimento de raiva é de outra pessoa, a outra pessoa é que deve se ocupar dele, e não você, fizemos a nossa parte quando mudamos o nosso comportamento ruim para um comportamento bem, mudamos a nossa vibração baixa para uma vibração alta, tentamos pedir perdão, perdoamos, isso é fazer a nossa parte, se o outro não quer perdoar, se o outro não quer caminhar ao seu lado, agora já não é um problema nosso.
A nossa educação familiar é diferente da educação familiar de outras pessoas, as vezes se assemelham e se conectam mas ainda sim, não é a mesma coisa, assim também é a nossa individualidade.
Se arrepender de amar alguém, significa que percebeu que o seu sentimento mudou em relação ao outro, que aquela pessoa não merece a sua total atenção de antes e só isso.
As nossas diferenças nos tornam iguais, somos todos seres individuais e reagimos de forma diferentes as determinadas situações, é bem verdade que as pessoas tendem a se agruparem por se sentirem parecidas, com gostos e pensamentos semelhantes,mas ainda sim, cada um tem seu próprio sentimento e personalidade, enfim, os semelhantes se atraem, então, mais cedo ou mais tarde o que não sentimos mais como semelhança acabamos nos distanciando , isso é natural.
Se amamos alguém e nos arrependemos , é porque algo dentro de nós mudou, algo que sentimos mudou, e não é culpa da outra pessoa, é simplesmente que algo não foi conectado, não era para ser, e não foi.
Os sentimentos mudam, é preciso entender que as nossas expectativas em relação a outra pessoa foram muito grandes, exigimos um sentimento, ou ação que naquele momento não era possível, pela nossa imaturidade de entender ou da capacidade do outro de nos corresponder, não vamos procurar culpados, vamos nos encontrar em nosso próprio ambiente.
Não se arrependa da intensidade do seu amor, ou fique com raiva do outro porque foram criadas grandes expectativas, o tempo é relativo para todos nós, então, vamos aproveitar esse tempo para nos conhecermos melhor, olhar para nós mesmos e nos amarmos de maneira que o outro não deva ter obrigação de gostar, o outro não é obrigado a atender os nossos pedidos e vice-versa.
Já vivi momentos difíceis que o outro não entendeu e aposto que você também, mas devemos nos responsabilizar pelo que vivemos, pelos nossos sentimentos, somos nós que vivemos no nosso corpo e no nosso espaço, o outro não está dentro de nós, e nem vivemos nos outros, por isso a dificuldade de empatia, porque a empatia é algo que procuramos vivenciar.
O nosso corpo responde as nossas reações, reage as nossas emoções e sentimentos e ressentimento não é uma coisa boa , a nossa saúde é importante, então, se julgamos que o outro não merece a nossa atenção, não dê atenção aos seus sentimentos que vá te causar tristeza ou raiva, não vale a pena se machucar.
Os julgamentos são próprios de pessoas que procuram culpados, pessoas que procuram sempre encontrar algo que não está ali para ser julgado.E não vamos nos prestar a isso.
Vivemos relacionamentos abusivos, vivemos relacionamentos tóxicos, esperam muito de nós , então vamos bloquear o que nos fazem julgar a nós mesmos com tanta severidade?
Podemos melhorar quando nos olhamos com sinceridade e reconhecemos os nossos erros, vamos começar assim, nos reconhecendo e nos amamos como somos, sem essa punição severa e achar que o pecado mortal sermos quem somos.