Queridinha

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A gratidão!!!





O sol nublado, os tons de cinza invadem o céu.

Lá vem a abençoada chuva.

Fazer crescer as flores do meu jardim e as plantas que ainda não cresceram.

Olhar para as cinzas que estão nos corações machucados .

Fazer o colorido depois disso.

Agradecer as dores que eu já senti.

E colorir de vermelho meu coração com alguns pontos azuis.

Deixar vibrar a a gratidão por existir.

Fazer um chá sem açucar com as folhas que eu encontrei na calçada.

E buscar em mim a alegria que eu desejo.

Rir de qualquer bobagem e chorar quando tenho vontade.

Agradecer por mais um dia, mais uma manhã.

Agradecer pelos sorrisos das crianças enquanto dormem.

E chorar de alegria pelas dádivas, eu agradeço o amor não vivido.

Agradeço pelas dores de um amor perdido.

Pelo regressar, pela viagem dentro de mim e poder voltar com graça.

Meditar com os intervalos.

O respirar, o inspirar e sentir o doce sentido da vida.

Colecionar as pedras que encontro no caminho para construir o que eu quiser.

Dentro de mim, fora de mim.

Eu agradeço!!!

A gratidão é um bálsamo, ela nos resgata e nos acalma, portanto toda a forma de agradecer nos fazem sentir o poder que vem de dentro de nós, a gratidão é uma oração breve que fazemos sem decorar, é um falar com a gente mesma e ver o quento somos fortes depois de viver as batalhas interiores, podemos fazer poesias, orações ao agradecer, somos um só e isso nos tornam sempre mais humanos e mais conscientes de quem somos e das nossas responsabilidades.

A gratidão nos causa uma grande mudança, porque ela descarrega em nós uma energia , uma química capaz de curar e de nos alinharmos, além de desintegrar a=energias deletérias que estão no corpo físico por causa das nossas desarmonias psíquicas... a gratidão é um ato de amor a si e a todos.

A vida nos ensina a respirar , a engolir as coisas que somos obrigados a viver pela lei do karma e assim vivemos com a generosidade e humanidade, quem devemos ser, faz parte de que somos agora...

O tempo não existe porque vivemos a eternidade... é sempre o agora...


Eu agradeço pelo que eu vivi até agora.

Eu agradeço as dores que eu vivi e como eu aprendi com elas.

Eu agradeço o meu começo, a minha jornada e o fim dela.

Eu agradeço as loucuras que fiz, as que eu não fiz e as que estou louca para fazer.

Eu agradeço por ter perdido, por ter ganhado perdendo e por compreender que tudo é para o bem.

Eu agradeço por aquilo que eu ainda não vivi.

Eu agradeço ´por existir .


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Viver a lei do karma!!!



Existimos.
Somos seres pensantes mas será que estamos realmente vivendo de maneira plena nossa existência?
Quando vivemos em sociedade nós nos sujeitamos as leis para que haja harmonia e respeito entre nós, para todos nós, essa é a ideia, mas nem sempre as leis que regem a nossa sociedade são igualitárias, e isso faz com que todos nós nos limitamos ou lutamos por mais direitos para que assim possamos viver em harmonia e de forma fraterna.
Mas é em nosso íntimo que as leis de fato acontecem.
O nosso corpo carrega dentro de si  além de carne , ossos e nervos também aos nossos sentimentos, emoções , todos os nossos pensamentos são a parte de nós, e estes alimentam o nosso corpo nutrindo-o com as cargas energéticas.
Os elementos químicos que conhecemos e outros que ainda não foram descobertos também estão em nossos corpos que fazem parte desse universo orgânico guiado pelos nossos corpos mais sutis, enfim, somos um mecanismo complexo, e que a ciência ainda atravessa o véu de Isis enquanto descobridores de quem somos .
É importante lembrar que o karma da qual conhecemos bem atende a tudo isso, as nossas emoções, sentimentos e pensamentos causam tanto a cura como também as doenças que precisamos vivenciar nos causando a dor e o aprendizado.
A nossa vivência é a resposta a nossas próprias ações visíveis e invisíveis, portanto, tudo é vida.
Quando estamos deprimidos sobrecarregamos o nosso corpo com uma química que nos pode ser nociva, todos nós passamos por alguns momentos difíceis, todos nós passamos por momentos depressivos em algum momento de nossas vidas , isso é um ato comum, uma agressão vivida e causada por todos nós por causa de nossa imaturidade moral, isso não é de tudo ruim, é aprendizado.
Viver esse momento a curto prazo nos ajuda a nos desenvolvermos como seres humanos e se torna muito complicado quando nos acostumamos com ela ao invés de sentirmos vontade de tratá-la, enfim, as nossas ações é que nos faz agir de uma maneira ou de outra.
Para vivermos de uma forma plena, é preciso olharmos para nós mesmos com um olhar honesto e humilde, porque só assim conseguimos a maturação necessário para os próximos níveis de vida.
Não há outra alternativa senão encararmos nós mesmos como somos, ao invés de nos tornarmos vitrines para que apenas nos consideram apenas como manequins , e um dado momento, a vitrine se apaga e retornaremos a nós mesmos, nos resta sabermos quem queremos ser, sermos sinceros ou se queremos viver como os outros querem que vivamos.
Essa química do ser nos afetam no que somos, e no que inventamos sobre nós mesmos, não há erro, no final o nosso corpo vai carregar as cicatrizes de quem somos de verdade e quando de fato somos nós mesmos, nós amadurecemos com o tempo.
Qual é então o segredo da juventude? O segredo da vida plena?
Sermos nós mesmos, vivermos a felicidade de sermos quem somos com as nossas falhas e nossas virtudes, e ao tentarmos melhorarmos, essa vida se torna verdadeira e não uma vitrine que as pessoas passam, olham e se vão.
Todos passam por nós e nós a damos importância que merecem, pensemos como seres em eterna evolução para que não pensemos que somos já perfeitos e julgadores dos que estão ou virão a caminharem ao nosso lado na jornada.
Viver a lei do karma é só viver, entender que tudo tem um curso, uma estrada única para todos e que a medida que caminhamos vivemos as consequências de nossos passos mesmo que não entendamos como ela funciona e de como ela acontece, simplesmente acontece.
Agradecer por todas as nossas vivências, e nos encarregarmos de fazermos o melhor porque querendo ou não a lei rege todo o Universo e não somos nós os responsáveis pela criação dele, somos apenas os viventes que um dia conforme as nossas obras vamos subir o nível para uma situação bem melhor do que a gente se encontra agora.
Pensemos, somos todos caminhantes, alguns com um certo atraso, outros caminham a frente de nós, não importa, caminhamos pela mesma estrada, cabe a nós escolhermos em que ritmo vamos estar.
A nossa boa saúde está em aceitarmos como somos com as nossas próprias deficiências e quando acharmos adequado, melhorarmos, tudo tem seu tempo e sua razão de existir, precisamos entender de uma vez por todas que o mais importante não é a doença em si, mas o doente, este sim precisa atenção plena.
Sou eu , é você , somos nós que vivemos para atingirmos a plenitude, somos nós que buscamos a vida que desejamos e somos nós que escolhemos ser felizes com o que temos e por quem somos.
A  doença pode nos destruir, mas somos nós que decidimos cuidar de nós mesmos, do outros, logo, a doença só é uma fase e não o fim.
Lembremos de que a morte é um começar diferente, para uma árvore nascer é preciso que haja sementes, e para que haja sementes é preciso que amadurecemos, tudo tem uma razão de existir mesmo que não a compreendemos bem, e se a vida é um mistério, vamos aproveitar o que eu tenho aprendido com ela.
Eu sei que parece um pouco repetitivo mas a base é sempre a mesma, aos poucos nos aprofundaremos, porque não podemos entender a lição sem vivenciar as provas do que nos foram ensinados, para ensinar é preciso um longo aprendizado... Ainda não somos mestres, somos apenas estudantes, meros estudantes!!!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Diário de bordo - O canto da salamandra - parte 2



 Após andarmos alguns metros Eros e eu nos sentamos perto da fogueira, foi quando ele me ensinou o canto da salamandra.

Sentava na posição de lótus, com as mãos em mudra e ele começou a induzir a meditação.

Comecei então a controlar a inspiração e respiração, era uma contagem simples, já podia sentir uma calmaria dentro de mim , depois me trouxe a visualização.

Vi então as salamandras se aproximarem, o calor da fogueira chegava até a mim de uma maneira esplêndida , um calor que saída dos meus pés descalços e se estendia até o coronário, uma sensação de dormência tomava conta de mim.

Eros com um tambor induzia uma canção e a medida que ele cantava o calor se intensificava.

Ainda com os olhos fechados eu sentia meu corpo pulsar conforme Eros tocava, meu corpo acompanhava a canção, uma sensação confortante me dominava, quanto mais Eros tocava, mais eu me sentia aconchegada com o calor que estava no meu corpo.

Em transe eu pude ver meu corpo inundado numa luz laranja, ela dominava agora meus pensamentos, e a luz mesclava entre laranja e vermelho, meu coração seguia o rítmo da canção, foi quando as folhas no chão começaram a avermelharem , era como se elas mudassem de cor , e me vi tomada pelo fogo, meu corpo já não sentia o calor mas uma leve brisa tocava meu rosto, então eu olhei para a copa das árvores e vi as folhas totalmente vermelhas, um sentimento de paixão e paz tomou conta de mim, era o canto da salamandra.

Depois de 20 minutos em transe, eu voltei ao meu estado normal, senti uma paz e um calor que nunca sentia antes.

Eros olhou para mim com um sorriso sutil e pegou as minhas mãos , e então, adormecemos, ao acordarmos , as folhas onde estávamos estava vermelhas como eu vi durante meu transe.

Tomamos banho na cachoeira e recomeçamos o caminho, Eros não disse nada sobre o que havia acontecido, ele simplesmente pediu que sempre me recordasse do canto da salamandra quando eu me sentisse desanimada ou triste, a energia dos elementais do fogo me deram uma recarga para dar continuidade a nossa jornada.

Diário de bordo - O canto da salamandra.



 Estávamos prontos para uma nova fase de nossa viagem , as minhas mãos tocaram suavemente as mãos de meu amigo e nesse momento pude sentir uma energia tão doce quanto os seus olhos, poderíamos conversar durante horas que ainda teríamos o prazer de conversar um com o outro.

Dividíamos as nossas alegrias, dores e sonhos, a nossa amizade me completava e isso me mantinha segura, e ele sempre tinha histórias para contar, estávamos próximos os limites da cidade, íamos para Ganesha,uma terra muito diferente das demais regiões do nosso continente, mas era algo que nos mantinham animados.

As árvores balançavam com o vento que previa uma chuva, a noite caiu rapidamente e pudemos acender uma bela fogueira antes que a chuva chegasse, ríamos das nossas histórias infantis.

A chuva começou mansa e sem muita força, quando entramos na cabana ela se intensificou, podíamos ouvir ruídos estranhos, as árvores pareciam assombradas com a intensidade da chuva.

A chuva durou a noite toda, quando acordamos de um sono leve saímos para ver a dimensão do que foi a noite anterior.

O sol nascera cedo e a sua luz batia nas folhas molhadas de orvalho,os pássaros cantavam e nada havia sido diferente, o rio perto dali enchera com rapidez , ainda estava agitado.

O banho de rio nos aliviava da falta de sono, tomamos um chá quente de alfavaca e gengibre, os pães ainda estavam macios, tudo estava tranquilo e logo pudemos sair para a nossa jornada.

Andamos por quase uma hora, deveríamos subir uma colina, dizem que a terra de Ganesha é repleta de obstáculos, curvas e muitos animais místicos, que precisamos ter cuidado, que as aparências sempre podem nos enganar.

Quando chegamos no alto da colina nos deparamos com pedras enormes, pareciam sido esculpidas por grandes mãos, rimos juntos da teoria de seres gigantes e animais já extintos. colhemos algumas frutas vermelhas e cogumelos, algumas ervas para o jantar.

Mas logo o sossego iria ser quebrado com um ruído vindo das árvores altas aos pés da colina, pássaros voavam desconectados e o ruído aumentava a medida que descemos a colina.

E do meio das árvores apareceu um bando de seres que eu desconhecia até então, pareciam desesperados e apressados, corriam e  desapareceram  assim que nos viram.

Eros sorriu para mim, ele viu a minha cara de espanto e logo se apressou a me informar de que se tratava de salamandras, mas eu não entendia porque estavam tão agitados.

Eros abriu um livro antigo, as folhas amareladas e cheio de folhas secas e marcadores cheirando alecrim, me mostrou alguns cantos e gestos que eu nunca tinha ouvido falar, seus dedos pareciam dançar no ar, e como por um encanto, nos apareceu no meio da fogueira cenas já vividas, eu fiquei paralisada e hipnotizada com todo aquele encanto, e Eros me explicou o que estava acontecendo.

Era um canto antigo, seus pés parecia não tocar no chão, e eu me vi voando e dançando ao redor do fogo, as salamandras nos trazem as paixões, sentimentos fortes e calorosos, e Eros fazia gestos com as mãos e  dizia uma língua antiga, eu não reconhecia as palavras e então, traçou no chão as letras e de repente adormecemos.

Quando acordamos estávamos cercados por cinzas, um cheiro forte de canela. Eros então, me ensinou o canto da salamandra e caminhamos para a floresta .

As folhas secas no chão estavam avermelhadas, e Eros pensativo releu o livro que mais parecia um diário de bordo, escreveu algumas anotações e continuamos nossa jornada, nada disse além : Temos muita sorte!!!


sábado, 20 de janeiro de 2024

Diário de bordo - Ruídos



 Depois do episódio da ponte, eu me vi cercada de interrogações internas, meu novo amigo Elfo estava concentrado em suas próprias versões e eu me perguntando sempre aonde eu iria chegar, meu corpo estava cansado e me retirei por alguns minutos.

Subi em uma árvore com um velho livro nas mãos, um velho livro de reflexões, e eu não sabia mais o que fazer a não ser seguir a diante para encontrar o meu tesouro.

Me lembrei da minha infância, minhas escolhas e meu coração por um momento disparou, era como se eu estivesse caindo num precipício , meu olhos já não enxergavam nada a minha frente, meus braços se firmaram na árvore para que eu pudesse sentir mais segura.

Abri o livro e me perdi nas palavras, estas me acalmaram até me sentir novamente como se estivesse envolto de nuvens, era uma sensação completamente oposta vivida em poucos segundos.

Olhei para baixo e vi um pequeno jarro de água, estava ali há muito tempo, a poeira do tempo  e as folhas, aquela  imagem me fez pensar numa cena, talvez um viajante tenha se esquecido daquele jarro, e ninguém mais esteve ali além de mim, o jarro já estava encravado na terra.

Eu me senti tentada a olhar de mais perto, como eu não havia percebido o jarro assim que eu encontrei aquela árvore, a minha cabeça agora mais leve , reflexiva e atenta a paisagem.

Meu amigo Elfo estava preparando o nosso almoço com as ervas e frutas que juntamos ao longo de nossa jornada, e eu presa a minha paisagem, quando ele chegou perto da árvore e me olhou fixamente nos meus olhos e eu por algum encanto desci imediatamente, ele sorriu e começamos a conversar.

Falei com ele sobre o jarro, a paisagem que conseguia deslumbrar vista de cima daquela árvore e ele num tom sereno própria de um Elfo e contou uma história.

Era a história de um homem que vivia perto dali, era um homem solitário e vivia do que cultivava, as vezes ele ia até a aldeia mas próxima para trocar o que tinha por cobertores e pequenos utensílios e voltava para sua cabana sempre em silêncio , um dia encontrou um cachorro abandonado, era provável que ele teria sido abandonado pelo dono pela escassez de comida, porque era um período de recessão, embora era um momento difícil, o homem já idoso vivia em sua tranquilidade, mas o cachorro mudou a vida dele, latia e abanava o rabo, corria pelo campo, fazia muito barulho e as vezes o homem se sentia incomodado, depois de um tempo, o cachorro morreu e o homem ficou extremamente triste, sentia saudades mas viveu o resto de sua vida na sua rotina silenciosa.

A jarra de água deve ter sido deixada por ele, num dos passeios matinais e esquecida, mas aquela história me fez pensar sobre as relações humanas, vivemos solitários com nossos pensamentos e quando surge algo inesperado faz barulho dentro de nós, nos acostumamos com o barulho, e as vezes gostamos da mente barulhenta, mas quando percebemos que precisamos de silêncio e reclusão, voltamos ao equilíbrio mas com um conhecimento do que vem ser o barulho, e nos aprimoramos, reconhecemos o que nos faz bem ou o que nos faz mal, devemos ter conhecimento de tudo para escolhermos o que viver a partir dali.

O barulho interno nos faz querer aquietar nossos pensamentos, nos equilibrar, o barulho pode parecer ruim mas ele é necessário para realinhar nossos pensamentos e sentimentos, o barulho é apenas um instrumento do Universo para nosso aprendizado, é como a música, ela quando harmoniosa , ela nos induz a alegria e uma boa agitação interna, quando ela é desarmonizada, faz tanto barulho que nos desequilibra e precisamos retomar ao silêncio , o silêncio nos faz sentir o frescor da brisa, podemos sentir melhor os pés descalços no chão, o leve tocar da pele no mundo, podemos sentir melhor o abraço, o beijo e até o cantar da nossa respiração.

Precisamos viver para sentir, para perceber que podemos aprender a lidar com os movimentos das energias que pairam as nossas vidas, viver parece difícil pelos ruídos que percebemos, o silêncio não é solidão, é o pensar no que não podemos perceber com os barulhos .

Diante do silêncio estamos mais conectados com os nossos próprios pensamentos, os ruídos nos distraem mas é importante percebermos tudo que vivemos e o que tudo vem a nos ensinar, envelhecer é amadurecer diante da jornada, e não há beleza mais singular do que as rugas que ganhamos com o tempo,a beleza da vivência, das experiências nos tornam sábio, belos sábios.

Meu amigo Elfo e eu resolvemos seguir em frente, vamos para um templo hindu em terras de Ganesha, um momento para ingressarmos em uma nossa aventura, será o que vem pelo caminho , será que iremos construir novas pontes, eu não sei, mas um bom amigo nos ajuda a pensar sobre as coisas que a vida tem a nos ensinar.


Fique sabendo mais!!!!!

Seres alados!!

Seres alados!!
Somos alados quando temos boas atitudes.As minhas asas quebram quando minto, perco penas quando fico triste mas nunca perco a fé porque sei que vou voar para a eternidade.