Queridinha

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Diário de bordo - A importância de viver o agora.



 Eu estava ali, pensando nos possíveis finais de histórias, na Cordilheira eu pude entender o meu propósito de vida, as minhas muitas histórias que tenho construído dentro de mim.

Quando resolvi ficar um tempo na Cordilheira eu me notei muito mais forte e mais concentrada, e então, percebi que era hora de voltar e descer sem me perder.

Passei pelo acampamento, recolhi todos os destroços e fiz uma fogueira, passei a noite toda queimando o que não era bom , era o que  me mantinha aquecida, respirei fundo.

Quando amanheceu percebi que havia um homem subindo a cordilheira, ele se mantinha firme em seus passos e eu desci mais leve de quando eu estava no alto,eu havia conseguido o meu destino.

O homem me olhou os olhos como se estivesse perdido , sem abrigo, então,eu o abracei, foi uma reação automática, e eu me senti feliz por isso.

Ele se chamava Theseus, um nome bem incomum, mas era um herói, e eu o reconheci logo que vi seus olhos, ele havia matado um monstro, era importante que eu o reverenciasse, e foi o que fiz.

Conversamos durante muito tempo, era amável e tinha uma força quase divina, e me deliciei ao ouvir sua história, sua voz parecia um canto e seu olhar iluminava os meus passos e me entreguei a cada palavra que ele definia como magia dos deuses, achei engraçado e continuei o admirando, no dia seguinte me despedi dele com a certeza que iríamos nos encontrar outro dia e num melhor momento.

O tempo parecia passar mais rápido, já era meio- dia, o relógio solar geralmente não erra, e eu estava confiante, no final de semana eu chegaria a ilha e isso já me trazia as esperanças que eu buscava na cordilheira.

Após uma tarde inteira descendo a cordilheira, acampei numa estrada quase deserta, poucas pessoas passavam por ali com seus cavalos cansados, e muitas pessoas pareciam mais mau-humoradas do que eu costumava me lembrar.

Tomei um banho de cachoeira e o rio estava gelado mas arrisquei-me, manter-me limpa sem dúvida valia o risco, depois de uma longa jornada eu dormi.

O hoje é sempre um presente para a maioria de nós, costumo dizer que muitas pessoas milionárias dariam sua fortuna por mais um dia de vida.

O passado nos moldam , mas voltamos no tempo para relembrar velhas lições, mas sempre serão lições, o presente é sempre um presente , eu queria fugir dessa frase robusta mas ela cai bem em qualquer momento.

Quando vivemos o dia de hoje estamos permanecendo com a fé no futuro, permanecemos eloquentes e confiantes que o mundo é bem melhor do que nos foi a segundos atrás, a vida é um rio , uma cachoeira, renova a cada momento as nossas energias e nos motivamos sempre.

O hoje é sempre o hoje, é um eterno momento, é a nossa eternidade.

O tempo não existe como conhecemos e o definimos, é bem mais amplo e fácil de entender, é como os hindus, os egípcios nos ensinaram em suas milenares escrituras, a vida é uma eternidade e vida somos todos nós, não há como separar o que fomos, mas podemos moldar o que seremos.

A descida da cordilheira é como entender a consciência e a conclusão de um novo ciclo de vida, uma nova etapa , essa é a magia da vida, a nossa transformação continua de quem somos e o hoje, é sempre a certeza de que o amanhã existe e sempre vai existir.

Quando nos deprimimos estamos buscamos dentro de nós a alegria que vivemos um dia com a falsa esperança de que as coisas também podem se repetir, mas não se repete, ela só muda a roupagem para que possamos entender o que vivemos fazer nesse mundo, eu me reconheço como quem quer aprender sempre, e aprendemos a medida que conhecemos a jornada como algo que se renova sempre.

O sol vai nascer no outro dia, a lua irá permanecer iluminando a nossa noite e as nossas esperanças , essas são as canções que embalam os nossos sonhos.

O hoje é sempre o amanhã e o ontem já fez parte do nosso futuro e o que faremos a partir de agora?

Viver o hoje intensamente.

Um dia alguém me disse que só ama as pessoas que o amam, mas depois de pensar muito no que ele me disse e entendi que amar apenas quem nos amam nos limitam, nos reprimem e nos fazem mais egoístas e embora em entenda , eu ainda permaneço no meu caminho tentando amar quem eu encontrar pelo caminho, sem preconceitos ou restrições.

Meu tesouro se encontra onde eu quero estar e eu prossigo no meu caminho.


quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Diário de bordo - Crise de pânico.

 


Eu precisava descansar, esquecer as cicatrizes e expandir parte de quem eu sou e na cordilheira de Sócrates eu pude repensar nas minhas atitudes até então, a minha mochila parecia leve mas a força tinha que ser bem maior, os pensamentos se elevavam a medida que eu subia , a minha visão se ampliou, era uma paisagem linda, dali eu via os vales, e as pessoas se apertando em Redes, tudo lá encima é silencioso e eu me sentia tão plena que poderia estar ali por um grande período de tempo.

Eu vi destroços antigos acampamentos, eu vi muita dor enquanto subia, mas eu sabia que tudo aquilo fazia parte da jornada de cada um, e sabia também que precisava admirar o longo caminho.

Quando eu subia lentamente, me machuquei nos destroços ,mas eram machucados leves que com o tempo as cicatrizes seriam imperceptíveis, escrevi cada detalhe numa caderneta com um lápis de carvão, que sempre me amparou quando desenhava as  imagens que via em minha mente acelerada, eu não perco esse hábito, vi alguns esqueletos e acampei por um tempo dentro do que restou de uma pequena casa construída de qualquer jeito.

Comi algumas frutas ainda maduras da minha mochila e alguns pedaços de queijos, pão e água, era tudo que eu tinha, mas eu não sentia fome, eu sentia uma outra coisa.

As palavras de Sócrates validavam o nome da cordilheira, e ali eu poderia viver com a tranquilidade que eu precisava, me apoderando de mim mesma sem questionar aonde eu poderia chegar com essa elevação de espírito, não passei fome e nem sede, parecia que toda a natureza me retribuía com sorriso e vida.

Eu via flores estranhas a medida que eu me elevava, porque onde eu estava, a vida era bem difícil, e ali, eu poderia ficar bem, eu passei a valorizar a minha jornada, eu pude entendê-la em suas várias fases e eu me percebi bem mais do que via antes.

Ainda estou na Cordilheira de Sócrates, ainda estou tentando recolhimento e assim poderei descer com a mesma leveza e com mais sabedoria.

Quando estamos tentando nos encontrar encontramos barreiras, destroços de quem fomos um dia e nos tornamos mais sábios quando a vida está em seu percurso, nada é sobrenatural quando conhecemos a nossa força natural.

Nos encontramos no limite de nossas vidas de muitas maneiras, sobrevivendo as dores físicas e dores da alma e devemos nos alegrar quando nos reconhecemos como seres humanos.

Vejo dentro de mim, uma mudança interior que me motiva a ir além dos meus limites, porque é no limite que nos reconhecemos como verdadeiramente somos.

Quando vivemos entre o sim e o não, estamos sobrevoando os nossos espaços internos, estamos nos explorando e no limite fazemos a inclusão de tudo que sentimos, sem mentiras para nós mesmos.

Eu na minha jornada sofri uma crise de pânico, me vi no limite e senti as sensações da morte e só encontrei a luz no final do túnel quando me vi no limite, quando percebi que eu precisava tomar uma decisão para me elevar e continuar a minha jornada íntima e solitária.

A nossa elevação se dá em nossa auto-descoberta , é quando nos conhecemos de forma honesta e clara, sempre estaremos solitários em nossos pensamentos, mas não tira o significado do outro, o que sacrificamos pelo outro?

Nos sacrificamos pelo outro por amor ou por nosso egoísmo?

Eu já fiz muitos sacrifícios, já deixei de ser quem eu era para agradar o outro, mas nessa jornada , eu preciso me encontrar para não me sacrificar ao ponto de me esvaziar por dentro.

Há sempre sacrifícios quando buscamos realizar coisas que são maiores do que nós, são ações pela coletividade, e quando nos despertamos para isso, tudo vale a pena, inclusive nos deixando de lado por um bem maior, esse é o maior de tudo que já encontramos, porque é preciso haver um equilíbrio, é preciso saber que sacrificar não é sofrer, e nem nos jogarmos para o abismo.

Por isso é preciso saber para onde vamos e a razão pelo qual nos sacrificamos, porque sempre haverá uma consequência para todas as nossas atitudes, o nosso limite nos permite nos conhecer e irmos a diante se nos permitirmos ir além, lembremos, sempre estaremos seguindo a diante, porque o limite nós o construímos, ele não é um lugar fixo, ele apenas existe em nossa mente pronto para mudar, cabe a nós entender o momento e a hora para isso, o o outro nunca será o condutor das nossas escolhas quando a questão é o limite.

Qual é o seu limite?

Será que o seu limite trás consigo o sofrimento, será o limite para o seu sofrimento é a abnegação, a resignação, onde você se encontra no limite, a atitude negligente do outro é o seu limite?

As nossas questões mais íntimas sempre nos trazem resultados importantes e que podem ser ressignificados.

A crise de pânico foi o meu limite e depois disso, eu avancei e me elevei e agora? Eu estou seguindo a minha intuição, descobri por meio de um grande amigo através da psicoterapia que crises de pânico é comum àqueles que sofreram uma violência e que há um gatilho a ser considerado, bem, já passou, e agora é seguir em frente e enfrentar o que vier.

Nós somos seres coletivos, vivemos para prestarmos serviços uns aos outros pelo bem de todos nós, e isso nos tornam mais humanos ,mas há necessidade de cuidarmos de nós mesmos por um tempo, e precisamos estarmos nas Cordilheiras de nosso íntimo para alcançarmos sentimentos mais elevados, mas o caminho pode ser árduo, mas ainda sim vale a pena ver a paisagem.

Independente de tudo que queremos evitar, é preciso enfrentar quem somos nós, buscarmos o nosso limite, nos entendermos e nos cuidarmos para que possamos cuidar uns dos outros.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Diário de bordo - é hora da partida.



 Nas ruínas de um templo antigo, as gotas de orvalho trás as boas lembranças, daquele lugar onde a brisa trazia os bons presságios.

Eu me via cercada de muita luz e eu não queria mais sair dali, mas eu tinha uma missão, encontrar um tesouro da qual eu pudesse me reencontrar dentro dele.

O que eu mais desejava era ampliar todo o meu conhecimento daquilo que foi ocultado por tanto tempo, eu precisava me encontrar para poder encontrar o tesouro.

Quando sai de redes eu me vi cercada de novas informações, mas eu precisava estar um pouco fora, meditar sobre o que eu queria ser, aonde eu queria estar.

Minha casa , eu resolvi deixar para trás e buscar o que realmente eu anseio, sem rodeios e sem desespero, por isso a minha próxima viagem  rumo ao meu destino seria A ilha de Toth, mas eu precisava passar pela Cordilheira de Sócrates, era o caminho longo e eu precisava me apressar.

Com uma mochila pesada mas carregando tudo que eu poderia precisar, estava disposta a sobreviver as grandes tempestades e era preciso controlar a fome e o cansaço,eu precisava apenas da vontade o resto viria como acréscimo.

Quando estamos buscando a nossa essência é preciso nos atentar ao que se passou dentro de nós, percorrermos as nossas sombras para descobrir aonde queremos chegar, e mesmo com todas as informações possíveis , é preciso nos atrevermos a entender que todo conhecimento nos leva a liberdade, é um caminho doloroso, mas nos leva ao lugar onde de fato precisamos estar.


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Diário de bordo - mudanças

 


Em Redes tudo parece perfeito, mas é preciso enxergar nas entrelinhas,é preciso estar nas ruas para escolher o melhor caminho.

Eu fiquei alguns dias com Edgar, o conhecimento dele me hipnotizou,  procurei absorver tudo que ele havia me ensinado, meditei, e eu me convenci que ali em Redes não era o meu lugar e nem em Tolerância, eu precisava ir além das fronteiras da Floresta Negra.

Voltei para casa convencida de que ali não era o meu lugar, e me programei para sair numa grande aventura, ir em busca do meu tesouro perdido, então , segui os conselhos de Edgar, eu preciso saber mais, olhei atentamente no mapa que tinha em minhas mãos, e eu agora estou decidida, vou até a Ilha de Toth, lá tenho certeza de que tudo será revelado, tenho que ter coragem para chegar aonde eu quero chegar.

Na vida escolhemos aonde queremos ir, e mesmo que tudo pareça confuso a princípio, tudo se resolve no final do ciclo.

É preciso nos apegarmos aos nossos desejos mais íntimos e seguir a nossa intuição, ela nos indica um caminho seguro, talvez sofremos algumas decepções pelo caminho mas nunca devemos desistir de quem somos.

A nossa infância é nossa base, é durante a infância que encontramos as respostas para questões simples e singulares, que deixamos de lado quando nos tornamos adultos, então, os nossos problemas tem o início na infância?

Nem todos os problemas começam na infância, até porque são as nossas atitudes que geram reações futuras, mas basicamente na infância que desenvolvemos as nossas crenças , que se estrutura boa parte de quem somos.

Quando resolvemos mudar de rota, a nossa criança interior nos guia, porque há esperança, há inocência, só amadurecemos quando a criança interior se cura , a nossa defesa está nessa formação primária, ou seja, criança interior ferida, gera um adulto ferido, e curar antigas feridas é estar sempre presente, é buscar nas feridas a força necessária para seguir em frente.

Toth é o deus da sabedoria, é um protetor do conhecimento, é quem buscamos quando acreditamos que o conhecimento liberta, e com o conhecimento vem consigo a responsabilidade de dividir e aprimorar esse conhecimento,

Mudar não é apenas um ato de sair do lugar, é movimento , há medo, mas quando existe fé,qualquer lugar é um bom lugar.


Deixar florescer!!!



 Deixar florescer o que a gente guarda dentro de nós que o mundo nos impediu de cultivar.

Às vezes os nossos corações se cansam de lutar, mas há ainda uma força interna que nos fazem persistir e nos motivam a prosseguir, talvez não alcancemos a nossa meta na velocidade que desejamos, mas não significa que não vá acontecer.

Não se sonha o que não foi feito para realizar, há sempre um tempo para tudo e que a nossa impaciência nos impediu, mas a vida nem sempre é um morango, é difícil entender o que não estamos ainda prontos para entender e a dinâmica da vida não agrada a todo mundo, mas esperar o melhor é nossa opção mais inteligente.

Não deixemos o sonhos morrer pela nossa impaciência e nem vamos nos cansar de lutar, embora desejamos descansar , ainda sim, lutar é um exercício árduo mas nunca em vão.

Enquanto houver força para lutar, vamos caminhar, e mesmo que nos falte alguns detalhes para essa jornada, façamos um esforço, nós sempre alcançamos o que nasceu para ser vivido por nós.

Deixar florescer é impedir que a impaciência faça parte de nossos hábitos, e deixemos que a natureza se encarregue de ações que não podem ser controladas por nós.

Os rios já não são os mesmos desde a sua nascente até o momento em que chega ao mar, ele está sempre crescente, é tão fácil entender isso.

A impaciência é uma forma de sabotarmos as nossas vidas.

É silenciosa e rasteira, a impaciência nunca anda só, então vamos nos atentar aos sinais da impaciência, ela  não nos deixa em paz e nem nos trás a leveza.

Deixar florescer é deixar que o Universo faça o seu trabalho.

Fique sabendo mais!!!!!

Seres alados!!

Seres alados!!
Somos alados quando temos boas atitudes.As minhas asas quebram quando minto, perco penas quando fico triste mas nunca perco a fé porque sei que vou voar para a eternidade.