Queridinha

terça-feira, 16 de abril de 2024

Diário de bordo - A sujeira

 


O dia parecia que seria intenso e longo, as folhas das árvores mais altas parecia se fecharem e o tempo começou a mudar, o vento que antes estava leve e fresco, agora se apresentava  amedrontador, era uma nova tempestade vindo por ai.

Caminhamos durante algumas horas, e estranhamente Eros estava preocupado e Carmem olhava para a copa das árvores o tempo todo como se a avisassem, as águas do rio que nos acompanhavam estavam agitadas, os animais estavam se movimentando e isso sim para mim era uma surpresa, eles sempre se escondiam quando nos aproximavam, agora era como se pedissem acolhimento.

Alguns esquilos caminhavam conosco, e os coelhos, estavam buscando abrigo em suas tocas, os pássaros cantavam mas não uma melodia que nos paralisavam, pareciam com medo.

Eros olhava para a cola das árvores, resolvemos parar por alguns minutos, o céu mudaram de cor, estava cinza e o vento começara a ficar ainda mais intenso, Eros então pegou alguns troncos de árvores e começou a escalar as árvores mais fortes, e então todos nós subimos rapidamente, armamos uma barraca aérea, as árvores balançavam mas era o único lugar seguro naquele momento, algo iria acontecer.

A tempestade chegou, as árvores balançavam mas estávamos seguros, os tecidos embora encharcados nos ajudaram a nos esconder de algo que não era a tempestade mas de criaturas trevosas, essas que buscavam e controlavam a tempestade, aquela tempestade não era uma tempestade comum, ela era tenebrosa.

Quando olhamos para baixo seres escuros caçavam, os animais que não conseguiam subir nas árvores eram devorados e virou uma verdadeira carnificina, Carmem, Eros começaram a orar e eu não tardei a fazer o mesmo, a oração nos fizeram tornar invisíveis e nos protegíamos dessa forma.

Se passaram horas e os animais gritavam, nos sentíamos com sorte por atravessarmos aquele momento sem um arranhão sequer, mas me assustava ver os animais sendo devorados por aquelas criaturas, e me perguntava como poderíamos sobreviver aquilo.

Quando o vento e as árvores se acalmaram, o sol já estavam nascendo e então descemos das árvores, ver aquele cenário de dor era o que mais me assustara, as carcaças no chão mostrava o desespero dos que não conseguiram subir nas árvores a tempo da tempestade.

Eros e Carmem estavam calados, me observavam e quebraram o silêncio:

_ Sabe o que eram esses seres irmã?

_ Não! 

_ Eram vampiros energéticos caçando, a tempestade que trazem é o prelúdio do desespero, os pobres animais e pessoas que ficam no meio do caminho acabam sendo devorados por eles, suas mentes desesperadas os atreme assim como o medo e a tristeza.

_ Então, como lutamos contra eles?

_ Quando estamos com a vibração elevada e pensamentos benevolentes.

Eu percebi o quanto eu estava ainda vulnerável e como eu precisava aprender.

A sujeira deixada pela tempestade era desanimador, era indescritível e de uma forma assustadora, eu perdera em alguns momentos a minha esperança e pensei o quanto eu precisava me fortalecer.

As meditações ajudavam a me controlar, os meus pensamentos ali vagavam e eu filosofava sobre a vida, a esperança e a situação da qual acabamos de presenciar.

O resultado daquela caça trouxera uma sujeira  e uma vontade de me distanciar daquela floresta, eu estava realmente assustada e eu me perguntava como podemos proteger e nos protegermos daqueles vampiros.

Eu pensava na possibilidade de uma grande barreira energética, um muro qualquer coisa que pudesse proteger, mas como?

Carmem me tocou nos ombros e me disse algo que mudaram a minha forma de pensar.

_ Irmã, minha querida pupila, os vampiros se alimentam de nossas fraquezas, dos nossos momentos de invigilância, se alimentam do nosso desespero e muitas vezes da nossa falta de fé, então, nós nos protegemos como podemos e os outros desavisados acabam se entregado, agora veja o que está acontecendo, fixe no seu terceiro olho e veja o que está acontecendo alem do seus olhos físicos;

Naquele momento eu vi seres de luz recolhendo aquelas almas, era como se estivessem limpando o ambiente, os seres mortos maquela tempestade estavam sendo resgatados e acolhidos por aqueles seres de luz, e levados para longe daquele ambiente.

Seres de luz que carinhosamente nos acompanhavam e nos olhavam com muita ternura.

Eros vendo o que também acontecia me abraçou e voltamos ao caminho.

Muitas vezes somos impedidos de crescer, mas não por seres das trevas mas por nossa própria escolha, deixamos de entender os mecanismos de nossa mente e não estamos atentos aos nossos próprios pensamentos nos deixando levar por sentimentos e energias que nos deprimem, mas não é o fim, sempre podemos despertar dessa escuridão interna da qual nos encontramos.

As mentiras que contamos para nós mesmos nos distanciam do que podemos ver quando olhamos profundamente para nós mesmos, os obstáculos dos quais precisamos viver não é apenas uma fase de nossas vidas, é um teste para que nosso próprio crescimento.

Quando vivemos uma escuridão interna devemos lutar contra nossos próprios sentimentos de abandono e desespero, é assim que superamos as diversidades, as sujeiras de nossa alma, da nossa personalidade ainda em formação também nos mostram o quanto devemos nos resguardar, o amor-próprio não é uma coisa fácil de adquirir mas é o melhor caminho para a nosso própria jornada, nos perdoarmos, perdoarmos aos outros é uma etapa em que precisamos vivenciar.


sábado, 13 de abril de 2024

Partida ao meio!!!




As minhas mãos tocaram as suas mãos.

Delicadamente a sua vida tocou a minha.

A minha imaginação levou-me até você , suavemente nós nos encontramos no infinito.

Todas as minhas dores se desintegraram diante de você.

E eu pude viver plenamente a nossa história.

As cores dos seus olhos me embebedaram de ternura.

A sua voz fora uma melodia durante as minhas tempestades.

Um silêncio ficou dentro de mim quando você partiu.

Vi de longe a sua silhueta , deixando apenas pegadas.

E no horizonte eu via o pôr do sol, era como você deixasse de colorir meu céu.

Mas o tempo nos leva  por caminhos pedregosos.

Esse mesmo tempo me acrescentou esperanças e alegrias.

A coragem me transformou em outra coisa.

Eu amei o meu corpo, amei cada parte de mim.

Amei o meu jeito de ser, as minhas partes mais delicadas e a minha nudez.

Amei os meus gestos de afetos, as minhas particularidades místicas.

Eu me aprofundei nas minhas verdades e me admirei sem precisar dos seus elogios marcados.

Senti a sua falta.

Até que um dia eu entendi que a sua ausência.

Era eu em você.

E o tempo passou lentamente, acrescentei brilho no meu olhar.

Despertei-me.

Eu vi me de verdade como parte de você .

E a vida continuou.

Não desperdicei meu tempo, apenas o usei sabiamente.

O amor continua aqui.

O amor continua ai.

Só nos falta a coragem de falar um ao outro.

Que o amor não nos deixou por nenhum momento.

E que parte de nós não nos dividiram.

Ele apenas nos acrescentou parte de nós dois.

Estou partida ao meio esperando que você me traga a minha outra metade.

Porque nós dois sabemos.

Que parte de nós pertence um ao outro.


Eu e minhas provocações!!!



 Eu fiz deste blog uma coletânea de textos pessoais, talvez mais do que eu imaginei que seria, apesar de ter mais de sete livros publicados no meu segundo blog, este é sem dúvida o que mais me define.

Temos todo o tempo do mundo para aprender ,nos desconstruirmos  e para nos renovarmos.

Hoje acordei com aquela sensação de plenitude, é como se eu tivesse feito uma viagem longa para meus lugares preferidos no mundo e voltado recarregada de energia.

Às vezes me pego tendo pensamentos completamente complexos, como se eu tivesse conversando com Freud ( apesar de eu achá-lo machista) ,Lacan, Piaget, Kardec, Chico,com meus artistas preferidos e filósofos que eu amo,uma verdadeira roda de conversa, com as minhas visões analíticas, enfim, eu me vejo filosofando o tempo todo, um verdadeiro momento meditativo, coisas de Marina.

Penso que todos nós precisamos desses momentos de solitude , é quando olhamos para nós mesmos a procura de respostas difíceis com uma pergunta simples, e acredito que as respostas sempre me levam a lugares mais profundos da minha alma, onde eu realmente escondo alguns segredos, até mesmo de mim mesmo, esse é um momento valoroso para quem quer se descobrir e despertar para um novo olhar sobre a vida.

Quando olhamos com sinceridade para a nossa alma e detectamos muitos sentimentos , emoções a gente se encontra num lugar especial e nos conectamos com a espiritualidade daí a importância da meditação e da prática de yoga, eu e minha mania de falar das minhas práticas.

As antigas civilizações nos ensinaram tanto, os registros desse conhecimento inseridos na mitologia, apenas alguns se importam ou se interessam por isso, a prática de nos perguntarem é um ato de amor-próprio de principalmente de amor e cuidado também com os que convivem conosco.

Estou num novo projeto, o meu trabalho voluntário está ganhando força e a gratidão me transforma em uma super heroína , porque nos tornamos fortes quando nos reconhecemos como protagonistas de nossa própria história.

Não sou apreciadora de holofotes e nem quero ser o centro das atenções, mas ser o centro da minha própria vida é essencial para que eu me movimente, a vida é um eterno movimento, é a energia criadora , é o nosso DNA, enfim, o mais importante é sermos nós mesmos em qualquer situação, não estou aqui falando sobre o egoísmo ou orgulho, mas sobre olharmos para nós mesmos para termos empatia, para sermos mais solidários e trabalharmos sabendo que o nosso bem comum também é o bem comum do outro, logo, sermos ativistas é um ato de amor a todos nós.

Vamos trabalhar para que nenhum ato seja inválido, podemos conquistar grande coisas, mas a maior conquista se faz dentro de nós mesmos.

Quando julgamos a atitude dos outros estamos sendo egocêntricos, porque estamos olhando para o outro com um olhar unicamente nosso de acordo com as nossas ideias pré-concebidas, de acordo com os nossos padrões, logo, estamos deixando claro que as nossas imperfeições sobressaem a nossa empatia e deixamos de crescer, deixamos de ter compaixão.  



quinta-feira, 11 de abril de 2024

Viagem astral... Aonde as mãos tocam as estrelas!!!



Eu olhava para o céu, esperava uma resposta clara dos meus desejos.
Por um segundo, num demorado e longo segundo 
Me vi mergulhada no infinito do céu.
Eu queria tocar as estrelas mas o que eu via era um espaço silencioso.
O que eu via era a Terra se distanciando de mim.
E quanto mais longe eu ia, mas eu sentia a leveza.
Era um desligamento , era eu sendo um gás.
Uma estrela voltando para o seu lar.
O que eu iria encontrar?
Eu não queria encontrar nada.
Eu só queria sentir a sensação de ser o superman.
O Universo , o cosmos, as forças que eu desconheço me chamando pelo nome.
Nenhum beijo apaixonado, nem o desejo mais intenso me tiraria o prazer de estar ali.
Um único pensamento.
O por quê?
A resposta que eu nunca tive.
A minha pele, as minhas pernas, todos os meus sentidos não faziam sentido.
Porque eu simplesmente me deliciava com a sensação de liberdade.
A mais pura liberdade.
Nenhum cientista se atreveria a definir aquela sensação.
Por melhores que fossem as teorias nada se igualava ao que eu enxergava.
As nebulosas, os planetas , as estrelas e os sóis tão puros.
Mas o que eu sentia não era a sensação física, era a clareza do meu espírito.
Era a consciência de estar olhando para o meu corpo e me definindo como parte disso.
Do Universo e dos multi-versos que se fundem no infinito.
Por um segundo eu fechei os olhos.
Eu ainda estava ali, cercada de uma energia inexplicável.
Eu não precisava de estar em nenhuma nave intergaláctica.
Meu pensamento me levava aonde eu queria.
Olhei para baixo, eu não via nada além do infinito, sem horizontes, sem limites de olhares.
Eu estava sentindo o TODO.
Um amor incompreendido me aqueceu o corpo.
Lágrimas molharam o meu rosto e eu pude sentir a beleza.
Mas não a beleza que estamos acostumados a ver, mas a beleza num sentir completo.
A beleza que eu sou, a minha luz que não se apaga com nenhum sopro.
E eu despertei um sentimento que até então eu só descrevia em poesias.
Eu senti a grandeza de ser eu, a leveza de ser eu.
Eu estava nua, completamente nua.
despida de orgulho ou egoísmo, de vaidade ou de um ego.
Uma nudez de alma.
Foi quando eu percebi que a vida não se resume na vida passageira.
Nem nas afeições e nem nas coisas que eu possuo e que as minhas mãos tocam.
Ali eu não pensava em nada além do que eu via, eu me apeguei a sensação de liberdade.
Nos sentimentos profundos que me acolhia na alma.
Quando então, eu comecei a voltar, voltar para a Terra.
Eu voltava lentamento, revi as nebulosas, os buracos negros e os sóis.
Voltei para meu lar, cercada de janelas, portas e trancas.
Era como voltar a uma prisão.
Daí eu percebi a saudade... a saudade de estar em outro lugar.
Senti saudades do que eu senti em tão pouco tempo.
Mas eu estou aqui, sendo estrela num lugar onde a minha luz é apenas algo invisível.
Eu não me entristeci e nem reclamei da prisão.
Eu apenas agradeci a viagem e segui em frente.
Talvez eu volte a voar entre as estrelas para recarregar as energias e me aventurar em outras terras.
Mas enquanto isso, vou ficar por aqui.
Colhendo as pedras , flores e correndo com o vento.
Seguindo em frente,
Talvez eu volte para sentir novamente a saudade do que eu vivi em pouco tempo mas que me valeu a vida inteira.



Diário de borda - Gregório e a nuvem de grilos!!!




 Acordei tarde, senti o sol quente no meu rosto, Eros estava sentado a beira do rio com Carmem , as pedras cintilavam no rio, o brilho das pedras enfeitiçavam as sereias.

Eu podia sentir as delícias de estar ali com os meus mentores, parecia que seria um dia incrível.

Colhemos as frutas roxas que beiravam o rio, as mangas rosadas e voltamos à nossa jornada, os bingos de orvalho ainda molhavam os meus tornozelos quando uma criatura estranha saltou a nossa frente com os olhos esbugalhados e eu senti meu coração disparar.

A criatura era inusitada, possuía chifres enormes, seu pelo escuro e cinza sangrava e sua respiração quente , tensa me causava arrepios, eu se deitou na relva e Eros com suas mãos mágicas se iluminava na tentativa de curar a fera.

Carmem me observara e percebeu que eu ficara assustada , ela me olhou nos olhos, acariciou a criatura , e numa conversa amigável, ele se apresentou como Gregório, examinei os meus pensamentos e me acamei, me concentrei em sentimentos mais leves.

Gregório era uma criatura dócil apesar de sua aparência exótica, eu estava me ligando mais as aparências do que o que realmente importasse naquele momento, eu me envergonhei dos meus pensamentos.

Gregório parecia sentir meus sentimentos, parecia penetrar os meus pensamentos, ele me fez perceber o quanto eu estava errada em julgar os outros pela aparência.

O susto passara, e as boas impressões se fixaram em mim,a conversa foi tão agradável que nos esquecemos que o tempo estava passando, andamos por três horas num vasto pasto onde as vacas pastavam , um carvalho coloria a paisagem, Gregório ria alto e sua risada era como um eco, chegava a alcançar o horizonte, Eros ria junto e Carmem me deixou a vontade para pensar.

Quando encontramos as cachoeiras do vale, uma nuvem de grilos sobrevoavam uma árvore , estranhamos a cena, e Gregório se aproximou da nuvem e ficou ali durante alguns minutos, os grilos pousavam no chão, cantarolando, era como uma sinfonia, era uma cena inusitada que eu tentava entender.

Gregório então, tirou do sua bolsa um espelho e ao mostrar o espelho para os grilos eles voaram e entraram para dentro do espelho, eu imediatamente perguntei para Carmem o que estava acontecendo, ela me respondeu com graça e ternura:

__ Minha filha, o espelho é um portal astralino, os grilos voltaram para casa.

Eu estava curiosa e insistia em perguntar para mim mesma como era possível?

Eros lendo os meus pensamentos me respondeu:

__ Querida, Os Universos se cruzam e se expandem, nada é sobrenatural, tudo é tão divino quanto possível.

Gregório era uma criatura magnífica e novamente me envergonhei por eu ter julgado um ser incrível pela aparência.

Assim somos nós quando nos enganamos sobre a realidade que vivemos dentro de nós, julgamos, e nos atrevemos a censurar, quem somos nós no mundo?

As aparências são apenas pequenas formas das quais a nossa matéria física se escreve, o que julgamos feio é só o retrato interno de nós mesmos, os nossos julgamentos nos descrevem, as nossas falhas estão ali para que possamos enxergar que podemos ser melhores.

Fazemos uma cirurgia interna quando nos despertamos para nos redescobrirmos, assim é a vida, cheia de histórias novas e também velhas histórias cabe a cada um de nós permanecermos atentos a nossa própria imagem para nos moldarmos intimamente.

Fique sabendo mais!!!!!

Seres alados!!

Seres alados!!
Somos alados quando temos boas atitudes.As minhas asas quebram quando minto, perco penas quando fico triste mas nunca perco a fé porque sei que vou voar para a eternidade.