Quando eu criei este blog eu tinha um foco, foi criado exclusivamente para me despertar, para eu usá-lo como terapia num período demasiadamente sombrio, por isso usei o meu apelido de infância para nomeá-lo, logo, é um blog pessoal e tendencioso , já que é um diário de bordo!!!
Bem, existem várias formas de amar, várias formas de sentirmos prazer, e cada um vive seus problemas, alegrias e karmas de formas particulares.
Assim como somos capazes de destruir, somos capazes de criar e nada melhor do que criarmos em meio as nossas próprias tempestades, nesse meu processo entre a escrita e a publicação do meu livro, eu estudei sobre a violência doméstica e não só me deparei com dados alarmantes como também em seus efeitos trágicos, eu me deparei com histórias, documentários entre outras ferramentas que me fizeram aprofundar em assuntos que me tiraram o chão, vão desde machismo, racismo, homofobia e outras definições assombrosas, enfim, eu me desafiei a entender melhor de um assunto puramente humano, ou melhor, desumano.
Me vi nessas histórias, me vi mergulhada em sentimentos duros e angustiantes, é como se me mergulhassem num lodo e eu precisasse mergulhar ainda mais fundo para que eu pudesse ressurgir forte e determinada em me tornar ainda mais engajada em fazer algo de fato vá fazer alguma diferença.
Eu vi um racismo aterrorizante,um machismo que me tirou o fôlego, eu me vi presa a uma estrutura muito forte e quando tive essa consciência do que é real e do que inventaram, eu me vi fora da matrix, me vi vivendo num mundo com mais vontade de sobreviver do que viver, enfim... eu percebi o além das aparências.
A história do Brasil foi construído com base em sofrimento, dor e um amor fraternal , que explica o por quê desse povo ser amoroso e gentil ,que eu conheço, eu entendi melhor as razões pelo qual cada um de nós continua lutando pelas melhorias sociais, e que realmente não desistimos nunca...
A minha história com o racismo e machismo é sentida na pele, na alma e na minha cor, a minha história é bem semelhante com a grande maioria e não se trata de uma história triste e dramática, se trata de como conseguimos sermos alegres mesmo diante do que vivemos.
A alegria sempre foi a nossa canção mais sentida, a dor é sempre passageira e nos recuperamos bravamente, porque lá dentro de nós existe uma resistência ao que chamamos de tristeza, resistimos porque amamos viver sorrindo e não perdemos a fé quando as coisas não estão do jeito que queremos, porque sabemos que podemos mudar ,que podemos nos recompôr e que a nossa luta não é solitária, é por todos nós.
Quando eu faço um L, é de luta, de lealdade e sobretudo de liberdade, não é uma liberdade passageira e física, falo de uma liberdade do espírito, desse espírito que busca uma mente saudável, uma consciência tranquila, carregamos o L de luz, de luminosidade interna e que essa luz ilumina um povo inteiro.
Não lutamos apenas para sermos vistos e entendidos, lutamos por amor que somos todos nós, não lutamos por uma única razão, nem deixaremos que as nossas razões pessoais sobressaiam as diversas lutas, as nossas razões são pela coletividade, vivenciadas pelas formigas, pelas milhares de abelhas e inúmeros exemplos de coletividades que presenciamos na natureza, somos humanos não porque detemos uma inteligência mais racional,mas porque precisamos ter esse senso de humanidade, humanos no sentido espiritual do ser, humanos pela caridade que vivenciamos e compartilhamos.
Quando eu vejo o racismo, machismo e outras tantas definições separatistas e preconceituosas, eu me lembro de quem eu quero ser quando eu crescer, eu me lembro do apelido carinhoso da minha infância, eu me lembro da missão que eu criei para que eu pudesse cumprir ,não quero ser nenhuma pessoa que alcança uma notoriedade universal, eu quero ser apenas um ser humano melhor, uma mulher melhor, uma mãe melhor.
Sei que tudo que vivemos não é ao acaso, que tudo tem uma razão que a minha lógica ainda não compreende , e que a física e as outras ciências ainda não conseguem explicar, mas eu sinto que tudo que vivemos tem algo mais e que esse mais está além das aparências.
Que o racismo, machismo e outros "ismos" existem, eu sei, mas que eles não partem do meu coração, mas que eu possa lutar contra qualquer coisa que faça meu coração chorar.
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