Muitas crianças choram dentro de mim.
Me esqueço... que também fui uma criança.
Num choro silencioso... as crianças clamam para que cessem as armas que destroem suas vidas.
Pequenas vidas.
As lágrimas ... as dores... nada parece acabar.
São as armas que destroem o que pouco lhes restaram.
Uma dor tão imensa que as águas carregam mortos.
Um dia... uma luz há de cruzar o céu.
E acabe com um sofrimento sem fim e será qual é o fim?
O amor há de existir para que a dor deixe de existir em nós .
O amor apenas espera... alguns até falam nele... mas se perdem nas palavras enriquecidas.
E as mesmas palavras findam num orgulho cruel de quem não vive a mesma dor.
São famílias que não rejeitam um lar seguro.
Mas que lar é esse? Deixaram lá... nos escombros trazidos do egoismo.
Não há dor maior do que saber que o amor só existe no papel.
O amor pode existir em nós quando deixarmos de pensar em nós e pensar no próximo.
No próximo que não conheço.
E quando a noite chegar vamos estar aqui.. dormindo com as estrelas que testemunham
O descaso de quem só ouviu falar.
Da guerra que não passa, da fome que mata e da doença que aniquila os que teimam em sobreviver.
Quem somos nós diante a guerra que não cessa?
O pobre que assiste, o rico que ora?
Somos todos.
Os que querem ajudar orando e nada podem fazer agora.
Os que ajudam de perto .
Eu não sei... eu só sei... que vou chorar como uma dessas crianças que não perderam a fé.
MJ
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