Queridinha

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Diário de bordo - Eu não quero ir embora



Quando Eros me olhava a minha luz, resplandecia, eu me iluminava e ele também, as duas almas estavam conectadas de alguma forma, e eu me via leve e completamente ambientada neste lugar que eu me sentia parte dali, eu pensava na possibilidade de ficar, de não querer mais voltar para o meu mundo, o lugar de onde eu sai para explorar e encontrar o meu tesouro.
Eros me entendia e respeitava a minha opinião e nunca me reprimiu, não era um intruso em meus pensamentos, mesmo os pensamentos mais rasos, ele era como um anjo que zelava por mim.
Caminhamos por muito tempo as planícies e chegamos ao mar, as águas refletiam o céu, eram verdes e escuro, não conseguia ver a profundidade, naquele momento senti muito medo, e esse sentimento tomou conta de mim, Eros percebeu a minha energia se distanciando da frequência que eu me encontrava antes, nosso novo amigo, então disse que o mar era um captador de energias e nos transmitia essas energias de maneira intensa, era como se o mar encontrasse dentro de nós o que nos afligia e nos devolvia essa energia com a intensidade ainda maior, e a medida que nos afastávamos do mar, a sensação de medo diminuía, percebi que eu precisaria trabalhar as emoções que não me faziam bem, precisava buscar dentro de mim, o que eu não queria mais e educar a minha mente e discipliná-la, Eros sorriu para mim como que estivesse lendo meus pensamentos.
Voltamos para a cabana, aquela casa pequena me trazia bastante aconchego, era um lugar onde sentia um calor amoroso, depois de algum tempo o nosso novo amigo nos revelou seu nome, ele se chamava Acônito, achei estranho , no nosso mundo , esse nome correspondia a uma planta venenosa, mas esse nome não tinha esse significado, Arcos era um lugar maravilhoso, mas eu comecei a tentar entender porque aquele homem forte vivia solitário.
Acônito, percebeu meus pensamentos e respondeu que era um eremita, um homem ligado aos pensamentos e o lugar mais populoso perto dali levaria alguns dias para chegar, Eros olhou curioso para mim e decidimos conhecer mais Arcos, saímos pela manhã, Acônito disse que conforme seus estudos, um novo buraco negro se formaria em alguns meses, portanto, não poderíamos perder a oportunidade de voltar para casa.
Andamos por algumas horas, o sol estava forte e sentíamos o calor penetrar os nossos ossos, ali em Arcos, as sensações eram muito intensas, a atmosfera de Arcos era peculiar, em alguns lugares um calor intenso e depois a temperatura mudava bruscamente, era preciso se acostumar com essas oscilações.
Eros e eu acampamos numa planície e de longe podíamos ver o mar, não sentíamos fome, e nem sentíamos falta do sono, não sentia cansaço, mas paramos porque passamos muito tempo caminhando e sentíamos falta das conversas e das meditações.
Quando anoiteceu, dormimos olhando para o céu, penetrando naquele Universo de sentimentos, emoções e uma grande sensação de pertencimento àquele lugar, Arcos com certeza me fazia sentir algo que nunca senti antes, era um amor tão intenso e permanente que eu dizia a mim mesma : Eu não quero ir embora.

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Seres alados!!

Seres alados!!
Somos alados quando temos boas atitudes.As minhas asas quebram quando minto, perco penas quando fico triste mas nunca perco a fé porque sei que vou voar para a eternidade.