Me deixo levar pelas histórias que me contam e me deslumbro com os sentimentos que essas memórias me trazem.
Eu simplesmente me deleito com histórias, é como se o mundo se ampliasse para mim e me deixasse ainda mais leve.
Assim acontece...
O simplificar das palavras ,a maneira com que as lágrimas descem pelo rosto enrugado com o tempo, e a fala arrastada como quem quer adormecer, ouvir o som de palavras ou mesmo tentar captar sentimentos pelo olhar, engrandece os nossos momentos, as nossas memórias e a maioria desses sentimentos que nos inundam a cada história que ouvimos de alguém que viveu muito ou que viveu o bastante para nos presentear com essas histórias, isso é simplesmente maravilhoso.
Ouço tantas histórias , e ouvir parece mesmo um dom divino, senão for o mais generoso dos talentos que eu gosto de possuir.
Ouvir é um ato silencioso, sim... é o nosso ato silencioso e para quem tem dúvidas, vale por uma vida inteira, porque o ouvir não é só uma caridade moral, e o aprendizado mais sutil e sublime, quem sabe ouvir sabe falar, não que eu saiba falar, isso ainda terei que treinar bastante, porque eu amo o meu silenciar, é quando eu presto atenção, é quando eu percebo melhor meus sentimentos, quando eu vejo as palavras dançando no ar, uma canção invisível do coração.
Ouvir é sim um ato de amor... mas eu gosto também de falar e escrever... eu pareço uma tagarela quando escrevo, parece que os meus dedos saem do meu controle e me afogo nas palavras, fico eu, inventando palavras, e nem presto muita atenção na minha falta de jeito, apenas fico captando as palavras no meu pensamento antes que elas se perdem, e então, eu volto ao meu silenciar...
O ouvir, o falar são atos condicionados ao pensar, os pensamentos são o que somos de mais genuínos, até mais do que as nossas próprias ações, porque muitas vezes fazemos coisas das quais não nos orgulhamos e nossos pensamentos não são mascarados, e nem negligenciados por nós mesmos, eles existem assim como nós existimos, logo, somos o que pensamos de fato.
O pensar, o bem pensar pode ser treinado, pensamentos positivos são o que melhor nos distraem embora, os pensamentos tristes nos amaldiçoam sempre, então, parar para analisar nossos próprios pensamentos é um ato de auto-amor.
Ouvir belas histórias podem nos encher os olhos e as histórias tristes nos enriquecem com lições mas contar as nossas próprias histórias talvez pode ser a cura de nossos próprios males, como nos ensinou Freud, histórias serão sempre histórias sejam elas inventadas, podem fazer parte de grandes memórias, contadas em livros, no cinema, em histórias em quadrinhos, numa tela numa exposição de arte, numa fotografia, a história é sempre um jeito de nos colocarmos no mundo, e nos concentrarmos no que pensamos ser importante, então, lembremos que tudo que vivemos faz parte da história mais linda do mundo, somos a melhor história que se conecta com outras histórias e que tudo se transforma nesse grande Universo que podemos chamar de vida!!!
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